Economia
Aumento da Selic deve agravar inadimplência, dizem analistas
BC decidirá sobre a Selic na próxima reunião do Copom, em 17 e 18 de setembro
O valor médio da dívida dos consumidores brasileiros teve queda em todos os estados em julho. Na comparação com o mês anterior, segundo uma pesquisa divulgada pelo Serasa em agosto, houve redução de R$ 108,83 no preço médio dos débitos
Por outro lado, houve aumento de 0,22% no número de inadimplentes. Apesar do percentual de crescimento ser pequeno para o mês, no total, 131 mil brasileiros estão inadimplentes.
A queda no valor médio das dívidas e a leve variação no número de inadimplentes, no entanto, podem estar em risco diante das apostas de aumento dos juros, segundo especialistas ouvidos pela CNN.
O fator de preocupação é a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copo m) do Banco Central (BC), que acontecerá nos dias 17 e 18 de setembro. A expectativa de grande parte do mercado é de que o Banco Central decida pela elevação da Selic.
A questão principal é que, se a taxa aumenta, as dívidas ficam mais caras, principalmente aquelas que as pessoas usam em prazos curtos, como o rotativo do cartão e o cheque especial, como explica o economista do Serasa Experian, Luiz Rabi.
Ele aponta, no entanto, que um impacto mais forte será sentido caso o BC decida por uma sequência de aumentos da taxa de juros. O movimento levaria à queda mais acentuada da economia, gerando uma possível recessão e, consequentemente, desemprego.
Para a planejadora financeira Leticia Camargo, certificada CFP, o impacto deve ser sentido pelos inadimplentes ainda nesta reunião do Copom, caso a decisão seja pelo aumento da Selic.
“As taxas de empréstimo devem subir também, se houver aumento dos juros. Com isso, as parcelas acabam ficando mais altas e é possível que não caiba no orçamento das pessoas”, destaca Camargo.
Ela explica que, mesmo no caso da manutenção da taxa Selic, a situação ainda seria desafiadora aos endividados: “Já está difícil, porque a taxa de juros não está baixa no Brasil. Então a manutenção aliviaria a situação, mas ainda é um desafio para as famílias conseguirem pagar as suas contas.”
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