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Austrália e Turquia disputam sede da próxima COP

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Durante a COP30 realizada em Belém do Pará, a Austrália e a Turquia estão com seus pavilhões adjacentes, criando uma situação desconfortável entre os dois países que competem para sediar a conferência climática do próximo ano.

Enquanto o Brasil busca demonstrar a eficácia da diplomacia climática, Canberra e Ancara enfrentam pressão para um acordo que evite constrangimentos na capital paraense.

Se nenhum dos países abdicar da candidatura ou aceitar um pacto, ambos ficarão de fora da disputa. Nesse caso, a Alemanha assumiria a organização da COP31, uma situação sem precedentes.

A proximidade dos pavilhões foi planejada intencionalmente, segundo Kathryn McCallum, ativista da Climate Action Network Australia. A presidência brasileira tem incentivado que eles resolvam o impasse.

Sessão diplomática intensa

Nas negociações discretas, acompanhadas por cafeína — capuccinos na área australiana e café turco forte no espaço da Turquia —, ambos buscam atrair atenção para suas propostas para a COP31.

O Brasil designou um emissário para tentar uma solução antes do término da conferência em 21 de novembro, mas até agora sem sucesso.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, declarou em Sydney que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, mantém sua posição, assim como a Austrália mantém a sua.

A ministra turca do Clima, Aysin Turpanci, afirmou que seguem empenhados em sediar a COP31 e estão fazendo o máximo possível pela resolução.

Por sua vez, o vice-ministro australiano para o Clima, Josh Wilson, destacou que a proposta australiana, que inclui a coanfitria com as ilhas do Pacífico afetadas pelo aquecimento global, possui amplo apoio internacional.

Uma fonte da delegação turca avaliou que as chances entre Turquia e Austrália são equilibradas, 50-50.

Impasse raro

Especialistas apontam que disputas anteriores existiram, mas nunca chegaram a um ponto tão crítico como agora, segundo Alden Meyer, veterano das COPs e membro do grupo E3G.

De acordo com as regras da ONU, o país anfitrião da edição de 2026 deve fazer parte do bloco da Europa Ocidental e outros Estados, como Turquia, Austrália e Canadá, aguardam decisão.

Se não houver consenso, a organização da COP31 retornará a Bonn, na Alemanha, que abriga a Secretaria do Clima da ONU. Porém, a ex-negociadora climática alemã Jennifer Morgan assegura que a Alemanha não está buscando sediar o evento.

Enquanto a disputa se mantém acirrada, a Etiópia celebrou a escolha para sediar a COP32 em 2027, consolidando sua posição no cenário climático global.

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