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Áustria anula eleição presidencial e extrema-direita ganha nova chance

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Após irregularidades na contagem dos votos, o país deverá realizar uma nova eleição para presidente

Norbert Hofer, candidato presidencial do partido Liberdade, comemora com apoidores em Viena, na Áustria - 24/04/2016 (Heinz-Peter Bader/Reuters)

Norbert Hofer, candidato presidencial do partido Liberdade, comemora com apoidores em Viena, na Áustria – 24/04/2016 (Heinz-Peter Bader/Reuters)

O Tribunal Constitucional da Áustria anulou por irregularidades nesta sexta-feira os resultados da eleição presidencial do mês passado, que elegeu o candidato ecologista Alexander Van der Bellen por uma margem mínima contra o ultradireitista Norbert Hofer. A decisão significa que o país irá realizar um novo pleito, que deve acontecer até o final do ano.

Van der Bellen venceu a disputa para a presidência com 50,3% dos votos – uma diferença de apenas 30.863 pessoas – e deveria tomar posse em 8 de julho, porém, foi impedido pelo recurso apresentado pelo Partido da Liberdade (FPÖ), ao qual pertence Hofer. Sem liderança, a presidência da Câmara Baixa do Parlamento cumprirá as funções de forma interina. “Esta decisão pretende reforçar a confiança em nosso Estado de direito e na democracia”, afirmou o juiz Gerhard Holzinger.

A investigação confirmou que 77.926 cédulas foram afetadas por irregularidades, o que não significa que tenham sido propositalmente manipuladas. Considerando que o número é maior do que a própria diferença de votos entre os dois candidatos, o novo turno poderia, em tese, mudar o resultado das eleições.

Desta vez, Norbert Hofer deve ganhar ainda mais força com o frisson nacionalista causado na Europa pela saída do Reino Unido da União Europeia. O ultradireitista é assumidamente contrário a UE e sua vitória poderia levar mais um país a deixar o bloco. Seu sucesso na campanha para presidente assustou outras nações do continente, já que o FPÖ se define como extrema-direita e é a favor de duras políticas anti-imigração.

Durante duas semanas, o Tribunal interrogou cerca de 90 testemunhas, entre elas mesários e responsáveis pela contagem dos votos de todo o país. Muitos reconheceram que a lei eleitoral não foi cumprida ao pé da letra, sobretudo na forma de contar os votos depositados por correio. Dezenas de milhares de cédulas foram contabilizadas fora do horário legal, por funcionários não habilitados, uma prática que até então havia sido amplamente tolerada.

(Da redação)

 

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