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Economia

avião ultrapassa ônibus como segundo meio favorito para viagens pessoais

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Em 2024, pela primeira vez, a preferência por viagens de avião ultrapassou a do ônibus em trajetos pessoais. Percentualmente, 12,3% das viagens de lazer foram realizadas por companhias aéreas, superando os 12% relativos ao transporte rodoviário. O veículo mais utilizado continua sendo o carro, responsável por 52,3% do total das viagens.

Esses dados são provenientes de uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua dedicada ao turismo, divulgada nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

William Kratochwill, analista dessa pesquisa, atribui o aumento nas viagens aéreas às grandes dimensões do Brasil. Segundo ele, o avião elimina o tempo prolongado de deslocamento enfrentado nas viagens de ônibus ou carro, além de oferecer maior segurança, dado que o risco é menor.

Quando o foco são deslocamentos a trabalho, o avião aparece como segunda opção preferida em três dos quatro anos comparados na pesquisa (2020, 2021, 2023 e 2024). A única exceção foi 2021, quando 11,3% das viagens foram aéreas, contra 12,1% feitas de ônibus, cenário justificado pelo impacto da pandemia de covid-19, que levou as pessoas a evitarem transportes coletivos, principalmente o aéreo, conforme explica Kratochwill.

Impacto da renda familiar

O IBGE destaca uma correlação direta entre a escolha do meio de transporte e a renda familiar per capita. Em todas as faixas de renda, o carro permanece como o meio mais utilizado.

Nas famílias com renda inferior a dois salários mínimos, o ônibus é a segunda escolha mais comum. Por exemplo, 25,2% dos trajetos feitos por famílias com renda menor que meio salário mínimo são de ônibus, enquanto esse índice cai para 5,1% entre aqueles que ganham quatro ou mais salários mínimos.

Por outro lado, entre as famílias com rendimento igual ou superior a dois salários mínimos, o avião ocupa o segundo lugar. Indivíduos com renda familiar de quatro ou mais salários mínimos efetuaram 36,2% de suas viagens por via aérea. Kratochwill ressalta que viajar de avião ainda é considerado um luxo pela maioria.

Perfil das viagens realizadas

Para a pesquisa, o IBGE coletou informações sobre viagens realizadas nos três meses anteriores à visita domiciliar dos pesquisadores, contabilizando 20,6 milhões de deslocamentos em 2024. Desses, 17,6 milhões foram para fins pessoais e 3 milhões para trabalho.

Nas viagens profissionais, a maior parte (82,7%) destinou-se a negócios, enquanto 11,8% foram para eventos ou cursos, e o restante para compras ou outras razões.

Quanto às viagens pessoais, os principais motivos foram lazer (39,8%), visitas a familiares ou amigos (32,2%), cuidados com a saúde (20,1%) e outros (7,9%). Destaca-se que, em viagens de lazer, a preferência principal foi por destinos de sol e praia (44,6%), seguida por gastronomia (24,4%) e atividades relacionadas à natureza, ecoturismo ou aventura (21,7%).

Opções de hospedagem

Quatro em cada dez viajantes (40,7%) optaram por hospedar-se na casa de conhecidos ou parentes. A segunda escolha mais comum foi uma categoria classificada como “outros”, que engloba opções como hostels, albergues ou acampamentos.

Em 18,8% das viagens, as acomodações escolhidas foram hotéis, resorts ou flats. Observa-se que, em famílias com renda per capita inferior a quatro salários mínimos, a preferência foi pela hospedagem em residências de terceiros. Já para aqueles com renda superior, 37% escolheram hotéis, resorts ou flats como principal hospedagem, conforme analisa Kratochwill.

No âmbito das viagens profissionais, hotéis, resorts e flats predominam, correspondendo a 42,9% das opções de hospedagem.

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