Economia
Azul sobe 20% e Gol cresce após fim das negociações de fusão

As ações da Azul tiveram alta superior a 20% nesta sexta-feira (26), após a Abra, empresa controladora da Gol, anunciar que desistiu das conversas para uma possível fusão entre as duas companhias aéreas concorrentes. No pico das negociações, as ações alcançaram valorização de 22%, cotadas a R$ 1,28.
As ações da Gol também registraram alta, chegando a subir 10% pela manhã. Essa variação provocou a entrada das negociações em leilão, um mecanismo acionado diante de ofertas muito divergentes em relação ao preço da ação.
O volume financeiro negociado dos papéis das duas empresas superou o total do dia anterior. Nos papéis da Gol, o volume foi o dobro, enquanto nas ações da Azul a negociação atingiu 60% do registrado na quinta-feira.
Segundo o analista de transportes da Genial Investimentos, Ygor Bastos, essa desistência demonstra os desafios para avançar fusões no setor aéreo, principalmente considerando o processo de recuperação judicial da Azul nos EUA, conhecido como Chapter 11. Ele também apontou que a cautela no mercado pode antecipar uma possível decisão negativa do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) sobre o contrato de codeshare entre ambas as companhias.
No início de setembro, o CADE estabeleceu prazo de 30 dias para que Gol e Azul notificassem o órgão sobre o acordo de compartilhamento de voos, para avaliar se há sobreposição de rotas e operações que possam equivaler a uma fusão, comprometendo a competição.
Fim das negociações e impacto
A empresa controladora da Gol, Abra, comunicou que está encerrando as discussões para a combinação dos negócios com a concorrente Azul. Ressaltou que, embora um memorando de entendimento tenha sido firmado em janeiro para avançar nas conversas em paralelo ao processo de recuperação judicial da Azul, não houve progresso significativo.
A Abra destacou que, apesar do encerramento das negociações, continua vendo valor em uma eventual integração das operações no futuro.
Em comunicado paralelo, a Gol informou ter solicitado à Azul a anulação do acordo de compartilhamento de voos firmado em maio, que visava fortalecer as redes de ambas. A Gol garantiu que honrará os bilhetes vendidos sob essa parceria, mantendo o compromisso com seus clientes.
Uma fusão entre Gol e Azul teria criado uma gigante no mercado aéreo nacional. Dados recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) indicam que, em agosto, a Latam detinha 41,1% do mercado, seguida pela Gol com 30,1% e a Azul com 28,4%.

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