Economia
Banco Master: dois suspeitos da PF são liberados
Dois suspeitos detidos pela Polícia Federal na operação que investiga um esquema fraudulento no Banco Master foram liberados na noite de quinta-feira (20). Eles deixaram a sede da Superintendência da corporação em São Paulo.
O pedido de prisão temporária deles, válido por três dias, não foi renovado, conforme informado pelo G1 e confirmado pela defesa dos envolvidos.
André Felipe de Oliveira Seixas Maia, diretor de uma empresa apontada na investigação, e Henrique Souza Silva Peretto, sócio de outra empresa vinculada ao esquema, saíram da Superintendência carregando travesseiros e tentando esconder os rostos.
Os demais cinco detidos na operação, chamada Compliance Zero, são executivos do banco que continuam detidos na Superintendência da PF, pois o pedido de prisão deles é preventiva.
Dono do Banco
A prisão de Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, foi mantida pela Justiça. Em decisão liminar nesta quinta-feira, a desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, rejeitou o pedido de liberdade apresentado pela defesa do banqueiro.
O Banco Master enfrenta dificuldades financeiras há meses e foi liquidado pelo Banco Central (BC) na terça-feira, após uma segunda tentativa frustrada de venda. Uma transação similar com o BRB também foi vetada pelo BC.
A defesa de Vorcaro entrou com um pedido de habeas corpus na segunda instância da Justiça Federal, mas a desembargadora negou a liberdade provisória. O mérito do pedido ainda será analisado por uma turma de desembargadores, sem data definida para julgamento.
Segundo a decisão judicial, há indícios fortes de gestão fraudulenta e organização criminosa. A magistrada destaca que a prisão é necessária para impedir a continuidade das ações ilícitas.
A decisão ressalta a complexidade da fraude, que inclui fornecimento de informações falsas e criação de uma narrativa enganosa ao Banco Central. Isso, somado ao alto poder econômico do réu, representa um risco atual à ordem pública e econômica.
O texto aponta que a prisão é fundamentada em provas concretas para garantir a ordem pública e econômica, considerando que Vorcaro é um dos líderes da organização criminosa relacionada a crimes contra o sistema financeiro, causando prejuízos bilionários.
A defesa argumentou que a fundamentação da prisão é genérica e não demonstra risco concreto, que os fatos não são recentes, que o Banco Central não vê ameaça após a liquidação do banco, e que não houve risco de fuga, pois o empresário planejava uma viagem aos Emirados Árabes para assinatura de venda do banco a um grupo de investidores.
Em nota, a assessoria de Daniel Vorcaro afirmou respeitar a decisão de manutenção da prisão preventiva, embora acredite na falta de motivos para tal medida, e que continuará buscando a libertação do banqueiro conforme o devido processo legal e garantias constitucionais.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login