Barbeiro de São Paulo oferece cortes gratuitos para crianças com autismo

Em celebração ao Dia dos Pais, apresentamos a inspiradora história de Jucimar José Ribeiro, conhecido como Jô, um barbeiro de São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Após o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) de seu filho, Lorenzo, Jô decidiu dedicar parte de seu tempo para cortar gratuitamente o cabelo de crianças autistas.

Durante todas as quartas-feiras, uma cadeira do salão fica reservada para esse atendimento especial. No início da carreira, Jô sentia insegurança para cortar cabelos infantis, mas isso mudou ao conhecer um barbeiro com talento para esse público. A experiência com o filho, que tem grande sensibilidade ao toque no cabelo, fez com que ele desenvolvesse uma abordagem cuidadosa e paciente para o corte.

Após o diagnóstico de Lorenzo, Jô se aprofundou no conhecimento sobre o autismo e participou de grupos de apoio a pais. Percebeu que cortar o cabelo representava um grande desafio para essas famílias, o que o motivou a ajudar usando sua habilidade profissional, sem cobrar nada.

Jô, que veio de uma família humilde e trabalhava como pedreiro, iniciou sua carreira na barbearia ajudando o irmão, que confiou nele para substituir temporariamente. Com pouco conhecimento, começou a imitar o irmão e rapidamente conquistou os clientes.

O projeto, já com cerca de dois anos, atende aproximadamente seis crianças por semana. Cada corte é realizado no tempo e da maneira que cada criança necessita, levando em conta sua sensibilidade e particularidades. Pela sua experiência, a chave para o sucesso é demonstrar amor e paciência em cada atendimento.

Para fazer a adaptação das crianças, Jô orienta os pais a levá-las ao salão mesmo em dias diferentes, para que possam se acostumar com o ambiente e com ele, antes do corte efetivo que costuma ser feito nas quartas-feiras. Esse processo gradual ajuda a construir confiança e diminuir o medo dos pequenos.

Jô acredita que seu trabalho transcende o corte de cabelo, buscando levar paz e tranquilidade a crianças que inicialmente podem sentir ansiedade e medo. Para ele, observar o filho tranquilo sentado na cadeira é uma grande conquista pessoal e profissional.

Ele relata que já atendeu crianças que no início ficavam apavoradas só de entrar no salão, mas que, com o tempo, começaram a pedir para voltar. Para Jô, ver essa transformação é algo que não tem preço.