Barroso nega aposentadoria e defende STF das críticas sobre autoridade do Judiciário

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira, em Cuiabá, que não tem planos de se aposentar em breve. Ele respondeu a perguntas de jornalistas sobre especulações a respeito de sua saída do STF após o término de seu mandato como presidente da Corte, previsto para 29 de setembro.

— Não, não estou pensando em me aposentar agora. Estou muito satisfeito — declarou.

Na mesma entrevista, Barroso também reagiu às acusações de que o Brasil estaria sob uma “ditadura do Judiciário”, um argumento que tem sido difundido por alguns setores da sociedade brasileira.

— Quem diz isso provavelmente não conhece o que é uma ditadura. Regimes ditatoriais são aqueles onde não há liberdade, existe tortura, censura, pessoas exiladas ou aposentadas compulsoriamente. Nada disso acontece em nosso país — explicou.

O ministro destacou que discordar faz parte da democracia, mas é equivocado equiparar o funcionamento das instituições ao autoritarismo.

— Naturalmente, é possível discordar das decisões do governo, do Supremo ou do Congresso. Eu, por exemplo, acompanho notícias de diversas correntes políticas e vejo críticas rigorosas a todos. Em regimes ditatoriais, isso não ocorre — completou.

Barroso esteve em Mato Grosso para compromissos oficiais e para continuar seu trabalho de visitar escolas públicas, onde discute com os estudantes temas como valores democráticos, cidadania e a relevância da educação.