Economia
bb tem lucro de 11,2 bi no semestre, queda de 40%

O Banco do Brasil (BB) sofreu uma redução significativa em seus lucros no primeiro semestre do ano, totalizando R$ 11,2 bilhões, o que representa uma queda de 40,7% em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme divulgado no balanço da instituição.
No segundo trimestre, o lucro registrado foi de R$ 3,8 bilhões, uma diminuição de 60% em relação ao segundo trimestre de 2024. Em comunicado, Tarciana Medeiros, presidenta do Banco do Brasil, ressaltou que o ano de 2025 será dedicado a ajustes para acelerar o crescimento futuro. Ela enfatizou o compromisso com investimentos estratégicos que gerem valor aos acionistas e aprimorem a experiência dos clientes, apoiados pelo uso intensivo de tecnologia e capacitação dos funcionários.
Se o lucro projetado para 2025 alcançar o ponto máximo estimado de R$ 25 bilhões, ainda ficará abaixo do recorde de R$ 37,9 bilhões obtido em 2024.
Impacto das Novas Regras Contábeis
Desde janeiro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) implementou uma resolução que alterou a forma como as instituições financeiras contabilizam seus resultados, contribuindo para a queda do lucro do BB. Essas mudanças afetaram o reconhecimento das receitas de juros, especialmente para operações com mais de 90 dias de atraso, o que levou o banco a deixar de reconhecer cerca de R$ 1 bilhão em receitas.
Inadimplência em Aumento
O índice de inadimplência, que considera atrasos superiores a 90 dias, aumentou para 4,21% no segundo trimestre, ante 3,86% no trimestre anterior e 3% no mesmo período de 2023, refletindo principalmente desafios no setor do agronegócio, principal área de crédito do banco.
Ajustes nas Projeções para 2025
- Crescimento da carteira de crédito estimado entre 3% e 6% (anterior de 5,5% a 9,5%)
- Margem financeira bruta prevista entre R$ 102 bilhões e R$ 105 bilhões
- Custo do crédito estimado entre R$ 53 bilhões e R$ 56 bilhões
- Lucro líquido ajustado projetado entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões
- Receitas com serviços mantidas entre R$ 34,5 bilhões e R$ 36,5 bilhões
- Despesas administrativas mantidas entre R$ 38,5 bilhões e R$ 40 bilhões
Crescimento da Carteira de Crédito
Apesar da redução no lucro, o Banco do Brasil expandiu sua carteira de crédito, que atingiu R$ 1,3 trilhão em junho, representando um aumento de 1,3% no trimestre e 11,2% em doze meses.
O crédito distribuído é assim segmentado:
- Pessoa Física: R$ 342,6 bilhões, com crescimento de 2% no trimestre e 8% em um ano, destacando-se o crédito consignado destinado a trabalhadores da iniciativa privada.
- Pessoa Jurídica: R$ 468 bilhões, crescimento de 1,8% no trimestre e 14,7% em 12 meses, sendo R$ 271 bilhões para grandes empresas e R$ 75 bilhões para clientes governamentais.
- Agronegócios: R$ 404,9 bilhões, aumento de 8% em um ano, com destaque para linhas de custeio e investimento, e compromissos previstos para o Plano Safra 2025/2026.
- Carteira de Crédito Sustentável: R$ 396,5 bilhões, financiando atividades com impactos sociais e ambientais positivos, alta de 10,6% em 12 meses.
Receitas e Despesas
As receitas provenientes de prestação de serviços foram de R$ 8,8 bilhões no segundo trimestre, um crescimento de 4,7% em relação ao trimestre anterior, porém uma redução de 1% comparado a junho de 2024.
Já as despesas administrativas chegaram a R$ 9,7 bilhões, aumentando 1,9% em relação ao primeiro trimestre e 4,7% na comparação anual, devido à contratação de novos servidores e reajuste salarial concedido em setembro do último ano.
Distribuição de Dividendos
Em reação ao lucro menor, o Banco do Brasil diminuiu a porcentagem de lucros distribuídos aos acionistas de 40% para 30%. De acordo com o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, houve uma revisão da projeção de dividendos de estatais para 2025, que caiu de R$ 43,4 bilhões para R$ 41,9 bilhões, impactada principalmente pela redução dos dividendos pagos pelo Banco do Brasil ao governo, principal acionista da instituição.

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