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BC informa que grupo Master é pequeno e há solução possível para o Banco Múltiplo

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Após a decisão de liquidação extrajudicial do Banco Master, o Banco Central declarou que o conglomerado que lidera a instituição possui porte pequeno e que continuará adotando todas as providências necessárias para responsabilizar os envolvidos dentro dos limites legais.

A liquidação estende-se ao braço de investimentos do grupo, à corretora de câmbio, títulos e valores mobiliários, e ao Letsbank. O Banco Central também instituiu um regime de administração especial temporária (RAET) para o Banco Master Múltiplo, válido por até 120 dias. A partir desta terça-feira, os bens dos controladores e ex-administradores das instituições foram bloqueados.

As demais entidades financeiras vinculadas ao Banco Master foram igualmente liquidadas nesta terça em decisão do BC, que classificou o grupo como de porte pequeno. Segundo o regulador, o conglomerado representa 0,57% do total de ativos e 0,55% das captações totais do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

O Banco Central afirmou que o conglomerado é um prudencial bancário de crédito diversificado, enquadrado no segmento S3 da regulação prudencial, tendo o Banco Master S/A como instituição líder.

A decisão decorreu da grave crise de liquidez do conglomerado e do comprometimento expressivo de sua situação econômica e financeira, além de sérias violações às normas que regem as instituições do SFN.

O BC optou pelo regime especial temporário para o banco múltiplo ao invés de sua liquidação, considerando a possibilidade efetiva de solução que permita a manutenção das operações da controlada Will Financeira, vista como um dos ativos mais valiosos do grupo, que atraiu interesse de vários investidores.

O banco central assegura que continuará a adotar todas as ações necessárias para apurar responsabilidades conforme suas atribuições legais.

O resultado das investigações pode resultar em sanções administrativas e encaminhamento às autoridades competentes, segundo as disposições legais vigentes.

A liquidação das empresas do grupo ocorre após investigação da Polícia Federal que indicou suspeitas de esquema envolvendo criação e comercialização de títulos de crédito falsos por instituições do SFN. Daniel Vorcaro, proprietário da instituição, e outros dirigentes foram presos.

A investigação aponta para uma operação financeira de R$ 12,2 bilhões criada entre o Master e o BRB, em suposta tentativa de obstruir a fiscalização do BC. O BRB tentou adquirir 58% do banco em março, proposta que foi recusada pelo Banco Central em setembro.

Antes da prisão, Vorcaro tentou vender a operação ao grupo Fictor, conforme anúncio recente, porém, a decisão pela liquidação já estava definida anteriormente.

O Banco Master ganhou notoriedade no mercado por sua estratégia agressiva de captação, oferecendo CDBs com taxas de retorno muito superiores à média, protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Porém, os ativos disponíveis para honrar esses títulos eram pouco líquidos, compostos por precatórios e investimentos em empresas em dificuldades financeiras.

O FGC informou que as instituições liquidadas possuem cerca de 1,6 milhões de credores com depósitos e investimentos cobertos, totalizando cerca de R$ 41 bilhões. Este valor equivale a cerca de um terço dos recursos líquidos do FGC, que somavam R$ 122 bilhões em setembro. O prazo para o início dos pagamentos está estimado em 30 dias.

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