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Economia

BC mantém taxa Selic em 15% e analistas discutem quando pode cair

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O Banco Central decidiu manter a Taxa Selic em 15% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com apoio unânime da diretoria liderada por Gabriel Galípolo. A taxa permanece estável desde junho, configurando o maior patamar dos juros básicos em 19 anos.

O comunicado oficial do BC ressaltou cautela, indicando que a taxa deve continuar nesse nível por um período prolongado. Economistas indicam que não houve sinalização para início de cortes nos juros neste ano, reduzindo a probabilidade de redução ainda em 2024.

Dedo longe do gatilho para corte

Daniela Lima, economista da Kinea Investimentos, destacou que o Banco Central está distante de iniciar cortes na Selic, podendo só considerar uma redução em março de 2026:

— É um BC que não está com o dedo no gatilho. Está com dedo bem longe do gatilho — afirmou ela.

Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, analisou o comunicado do Copom como firme, sem abertura para flexibilização da taxa, mesmo com melhora nas condições internacionais e valorização do câmbio:

— O cenário base ainda aponta para corte em dezembro, mas esta possibilidade ficou mais remota com o tom adotado pelo Copom.

Ambiente externo permanece incerto

Marcela Rocha, economista da gestora Principal, mencionou que o ciclo de redução dos juros pode começar apenas em janeiro. Apesar de melhorias nas expectativas inflacionárias e no câmbio, o BC manteve cautela diante do cenário externo incerto e do crescimento econômico conforme esperado, com projeção de inflação estável em 3,4%, acima da meta oficial.

Expectativas do mercado confirmadas

A decisão de manter os juros no patamar atual era amplamente prevista no mercado financeiro, alinhada com a comunicação do Copom na última reunião que sugeria pausa no ciclo de alta.

O Banco Central enfatizou que continuará avaliando cuidadosamente se a manutenção prolongada da taxa em seu nível atual será suficiente para garantir a convergência da inflação para a meta de 3%, considerada com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Atualmente, a previsão é de que o IPCA alcance 3,4% no primeiro trimestre de 2027.

O Copom também deixou claro que a política monetária poderá ser ajustada no futuro e que não hesitará em retomar o ciclo de alta dos juros se necessário, descartando qualquer complacência.

Após um ciclo rápido e significativo de aumento da Selic, que acumulou 4,5 pontos percentuais em nove meses, o Banco Central mantém uma postura cautelosa, considerando o ambiente de alta incerteza econômica.

As expectativas de inflação recentes indicam que as medidas do BC vêm surtindo efeito, principalmente no longo prazo (2027 e 2028), ainda que as projeções estejam aquém da meta. O recente dado do IPCA mostrou deflação em agosto, mas preços de serviços e um mercado de trabalho aquecido continuam gerando preocupação.

Diferencial de juros e cenário internacional

Um aspecto positivo para o BC é o início da redução dos juros pelo Federal Reserve dos EUA, o que amplia o diferencial de juros entre os países. Isso deve incentivar a entrada de dólares no Brasil, aliviando a pressão sobre o câmbio e, consequentemente, sobre a inflação.

No entanto, o Comitê ressaltou que a política econômica dos Estados Unidos ainda gera incertezas significativas para o cenário global, mantendo um ambiente externo desafiador e incerto.

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