BCE mantém juros estáveis com inflação controlada

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter suas taxas de juros inalteradas nesta quinta-feira (30), considerando que a inflação na zona do euro continua próxima da meta de 2% e a economia demonstra sinais de resistência.

Pela terceira vez consecutiva desde julho, a taxa de depósito permaneceu em 2%, conforme comunicado divulgado após a reunião realizada na cidade italiana de Florença, e não na sede em Frankfurt.

“A inflação segue em níveis próximos à meta de 2% no médio prazo e a avaliação do Conselho de Governo sobre as perspectivas de inflação praticamente não mudou”, afirmou o comunicado.

“A economia continuou crescendo apesar do ambiente internacional desafiador”, ressaltou o BCE, destacando também a força do mercado de trabalho e a estabilidade das empresas do setor privado, fatores que contribuem significativamente para a resiliência econômica.

No entanto, o BCE alertou que as perspectivas permanecem incertas devido aos conflitos comerciais internacionais e às tensões geopolíticas atuais.

A presidente da instituição, Christine Lagarde, comentou que o acordo comercial entre Washington e Bruxelas, o cessar-fogo em Gaza e os avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China ajudaram a reduzir alguns dos riscos que poderiam afetar o crescimento econômico da zona do euro.

As taxas de juros das operações principais de financiamento e da facilidade marginal de crédito ficaram em 2,15% e 2,40%, respectivamente.

O BCE adotou uma postura cautelosa diante das incertezas que podem influenciar a inflação em ambas as direções.

Após atingir 10,6% em 2022 devido ao aumento dos preços da energia causado pela invasão russa à Ucrânia, a inflação voltou a se aproximar da meta de 2% nos últimos meses.

Entretanto, a zona do euro enfrenta desafios importantes, incluindo as tarifas impostas pelos Estados Unidos e as dificuldades no fornecimento de semicondutores, que impactam a indústria europeia.

Segundo dados da Eurostat, o crescimento econômico do grupo foi de 0,2% no terceiro trimestre em comparação ao trimestre anterior, superando a expectativa de 0,1%, enquanto a taxa de desemprego se manteve estável em 6,3% em setembro.

O índice de inflação anualizado para setembro na zona do euro foi de 2,2%, representando um aumento de dois décimos em relação a agosto.