Bebê perde túmulo e família vive angústia na exumação

A família de um bebê que faleceu em 2023, com apenas 1 mês de vida, passou por uma situação angustiante no último sábado (15/11) ao tentar realizar a exumação no Cemitério da Saudade, localizado em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. Os funcionários do cemitério, administrado pelo Grupo Maya, confundiram as sepulturas ao abrir o túmulo de outra criança antes de encontrar o local correto, que não possuía nenhuma identificação, conforme relataram os parentes.

Henry Vieira de Almeida morreu em setembro de 2023, ainda com um mês de vida, devido a uma síndrome rara. “Era um bebê muito querido pela minha irmã”, comentou a professora Ellen Vieira de Souza Fonseca, de 39 anos, tia da criança.

Na ocasião da exumação, ao chegarem ao local apontado como a sepultura de Henry, os familiares perceberam que o corpo do menino não estava ali.

“Quando subimos com o coveiro, ele indicou o lugar e disse ‘é aqui’, porém ao abrir e checar a placa, mostrou-se confuso. Perguntei o que ocorria e ele respondeu que não era o túmulo certo. Era o de uma menina”, contou Ellen.

“Nós rezamos, cuidamos e choramos naquele túmulo, mas o corpo não era do Henry”, destacou a tia. A situação deixou a família em desespero. A mãe da criança, irmã de Ellen, que já enfrentava depressão pela perda, chegou a desmaiar no local. “Foi como reviver a perda do Henry”, revelou.

A cova correta foi localizada próxima dali, porém sem nenhuma marcação. “Parecia apenas um pedaço normal de chão”, afirmou Ellen.

“Estamos profundamente tristes e abaladas. As lágrimas não cessam e a revolta é grande”, expressou a tia.

Ellen também preocupou-se com outras famílias que possam enfrentar dificuldades semelhantes para localizar seus entes queridos sepultados. “Os pais daquela menina cujo túmulo foi violado talvez achem que ela está num lugar errado, sofrendo como nós nesta situação dolorosa”, comentou.

Posicionamento da Prefeitura e da Concessionária

Consultada, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Município (SP Regula), lamentou o episódio e informou que instaurou uma investigação que pode levar à aplicação de sanções à concessionária responsável.

O Grupo Maya, que administra o cemitério, declarou que o problema ocorrido no sábado foi rapidamente identificado e completamente resolvido durante o atendimento.

“Após a conferência das informações, a sepultura correta foi encontrada, o procedimento foi realizado com calma na presença dos familiares e a homenagem foi concluída de forma respeitosa”, afirmou em comunicado.

A concessionária manifestou pesar pelo transtorno e garantiu ter prestado total suporte no momento. Também ressaltou que está constantemente melhorando seus protocolos de atendimento, priorizando o acolhimento em situações delicadas como essa.

“Reafirmamos nosso compromisso com o respeito, a dignidade e a responsabilidade em todos os serviços oferecidos”, finalizou.