Um dos primeiros biólogos a demonstrar a relação entre infecção pelo zika vírus e microcefalia leciona na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado pelas pesquisas com células-tronco, Stevens Rehen (CRBio 060937/02-D), 46 anos, dirige o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.
Pouco depois da formação em ciências biológicas, Rehen se lançou ao estudo da neurociência por meio de mestrado e doutorado na UFRJ. “Comecei minha carreira pesquisando e estudando as células, principalmente a morte celular e a relação disso com a formação do nosso cérebro. Fui me desenvolvendo nessa área e, quando me mudei para os Estados Unidos para estudar biologia molecular em dois pós-dourados, acabei entrando em contato com as células-tronco. Foi então que me especializei na relação delas com o cérebro”, conta.
Pesquisando células
Entre os vários estudos realizados por Rehen, chama a atenção a técnica chamada “reprogramação celular”, em que as células colhidas de um fragmento de pele ou da urina de uma pessoa voltam no tempo e se comportam como células embrionárias. A partir disso, resumidamente, o pesquisador cria os chamados “minicérebros”, ou seja, avatares biológicos vivos que simulam o cérebro em desenvolvimento. Por meio deles, é possível investigar distúrbios de neurodesenvolvimento e testar medicamentos para combatê-los.
“As células-tronco são como ferramentas importantes para responder muitas questões. No meu caso específico, utilizo-as para estudar a biologia do zika vírus e suas preocupantes consequências. Mas exploro também pesquisas para responder questões em outros assuntos, como, por exemplo, substâncias psicodélicas e seus efeitos biológicos no sistema nervoso.”
Os trabalhos e estudos de Rehen fizeram com que ele se tornasse referência na neurociência brasileira. Em 2007, foi convidado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a participar da primeira audiência pública da área da história do Brasil. O biólogo apresentou a importância dos estudos de células-tronco embrionárias, o que contribuiu para que as pesquisas nessa área fossem liberadas. Confira a gravação da sessão no vídeo abaixo (inicia-se em 27’50’’):
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