Economia
BNDES procura gestor para projetos de proteção ambiental

O banco nacional de desenvolvimento econômico e social (BNDES) vai destinar ao menos R$ 100 milhões do seu fundo socioambiental para apoiar novos projetos de reflorestamento e conservação em diversos biomas do país.
O valor pode chegar a R$ 250 milhões caso sejam firmadas parcerias com organizações que desejem se destacar na área de restauração florestal, com foco na recuperação de nascentes e bacias, regulação do clima e proteção da biodiversidade com geração de renda.
Para isso, o banco lançou nesta terça-feira (26) o edital para a segunda fase da iniciativa Floresta Viva. Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, afirma que estão integrando participação social e compromisso ambiental para restaurar nascentes, fortalecer a biodiversidade e criar oportunidades de renda sustentável para comunidades locais. Ele destaca que esta iniciativa demonstra o potencial do Brasil para liderar soluções contra a crise climática e promover desenvolvimento sustentável com justiça social.
A busca é por um gestor que irá intermediar parcerias para financiar projetos de restauração ecológica com espécies nativas ou sistemas agroflorestais nos biomas Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica, excluindo a Amazônia, que já possui um fundo específico.
Também está previsto um programa de capacitação e fortalecimento institucional para organizações sociais de povos tradicionais, assentados da reforma agrária e agricultores familiares.
Experiência anterior
O Floresta Viva 1, que termina este ano, alcançou bons resultados, com R$ 250 milhões alavancando quase R$ 500 milhões por meio de parcerias públicas e privadas, cobrindo 8,5 mil hectares em recuperação. Entre os projetos bem-sucedidos estão a recuperação de manguezais na costa brasileira e vegetações do cerrado e da caatinga, que já apresentam crescimento saudável.
Segunda fase do projeto
Anunciado com ciclos sucessivos de seleção pública para maior agilidade, o Floresta Viva 2 pretende manter o sucesso da primeira fase. Tereza Campello, diretora socioambiental do BNDES, comenta que os recursos iniciais do banco deverão ser multiplicados por parcerias, transformando R$ 100 milhões em R$ 250 milhões para restaurar as florestas.
O gestor será contratado a tempo para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em novembro em Belém (PA).
Benefícios para comunidades
O projeto visa gerar renda para comunidades tradicionais, agricultores familiares e assentados, sempre com atividades sustentáveis e restauração produtiva, promovendo acesso à água e a recuperação ambiental.
Tereza Campello destaca que as prioridades iniciais são o Pantanal, Cerrado e Caatinga ou Mata Atlântica, ressaltando a importância de cuidar da Caatinga para evitar sua desertificação e proteger a biodiversidade.
Importância estratégica
O BNDES considera o programa de restauração florestal uma agenda estratégica para o futuro econômico e ambiental do país, aproveitando o potencial brasileiro para recuperar áreas destruídas e estabelecer padrões de referência para restauração florestal, capacitando gestores e parceiros para ampliar o impacto.
Participação
Pessoas jurídicas privadas sem fins lucrativos e autarquias ou fundações públicas federais (exceto as vinculadas à União) podem apresentar propostas para se tornarem gestores parceiros, desde que tenham sede no Brasil e tenham objetivos compatíveis com o edital.
As instituições devem comprovar capacidade financeira e técnica para gerir recursos e supervisionar a execução física e financeira dos projetos, conforme informado pelo BNDES.
Um núcleo gestor, composto por representantes do BNDES, doadores e especialistas convidados, será responsável por definir critérios, aprovar e priorizar projetos e organizações.
O edital completo com regras e prazos está disponível no site do BNDES.

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