Economia
Boa hora para investir no mercado de consumo no Brasil, diz Galípolo

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, declarou nesta quinta-feira, 23, que o momento atual é propício para investidores entrarem no mercado de consumo brasileiro. Ele explicou que, após chegar ao auge durante a pandemia, a taxa de desemprego no país caiu e atingiu o menor nível da série histórica, com 5,8%. Paralelamente, a renda está em máxima histórica.
“Isso demonstra um mercado de trabalho aquecido e uma economia crescendo consistentemente acima de 3% e perto de 4% nos últimos quatro anos, superando diversas previsões econômicas e ultrapassando até mesmo o crescimento potencial do PIB do país”, afirmou em seu discurso no Fórum Econômico Indonésia Brasil, organizado pela ApexBrasil, em Jacarta, Indonésia.
O presidente do Banco Central ressaltou que o consumo cresce ainda mais rapidamente que o PIB brasileiro. Além disso, mencionou que os investimentos, especialmente em infraestrutura, têm apresentado crescimento notável.
“Os investimentos em infraestrutura – essenciais para importadores, exportadores e novos negócios no Brasil – devem alcançar em 2026 o pico histórico, com destaque para a crescente participação privada”, destacou Galípolo.
Ele também comentou sobre a trajetória do real, recordando sua desvalorização no final de 2024, influenciada por eventos globais como a eleição de Donald Trump nos EUA. Na época, acreditava-se que países com economia mais integrada aos EUA se beneficiariam, o que não incluía o Brasil.
Durante o ano seguinte, a moeda brasileira se valorizou e superou várias moedas de países emergentes, recuperando as perdas anteriores. Esse desempenho deve-se em parte ao aumento da taxa de juros pelo Banco Central em dezembro, como medida de proteção da moeda e controle da inflação, bem como à percepção do Brasil como um país com vantagens competitivas em um cenário global incerto.
“O Brasil possui uma ampla variedade de parceiros comerciais e não depende exclusivamente de uma única economia. Assim, o que antes era visto como desvantagem tornou-se uma vantagem em meio a incertezas e possíveis fragmentações comerciais”, explicou Galípolo.
Além disso, destacou a importância do vasto mercado consumidor interno e o fato de o país apresentar dívida líquida negativa em dólares, elementos que reforçam a atratividade do Brasil para investimentos.

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