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Bolsonaro acusa esquerda pelo 8 de janeiro e chama processo de ‘fumaça de golpe’

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo (29/6), durante um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, que os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, foram um “espetáculo organizado pela esquerda”. Ele também mencionou o processo por tentativa de golpe de Estado, pelo qual está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF), como uma “fumaça de golpe”.
Bolsonaro ressaltou ter realizado uma transição pacífica, elogiada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, no fim de 2022. Ele destacou que nomeou dois comandantes das Forças Armadas a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de deixar o cargo, e que o atual ministro da Defesa, José Múcio, também declarou que não houve tentativa de golpe no dia 8 de janeiro.
O ex-presidente afirmou: “Nomeamos dois comandantes das forças armadas a pedido desse homem que está no governo agora. Quem quer dar golpe nomeia comandantes a pedido do governo opositor? No dia 30, algo me fez sair do Brasil. Não era só para não passar a faixa. Jamais eu passaria a faixa para um ladrão.”
Ele ainda disse: “Chegou o fatídico 8 de janeiro. Um movimento claro, organizado pela esquerda. Lula não estava em Brasília. No dia anterior, foi para Araraquara, sabendo o que iria ocorrer. Quase 200 câmeras sumiram, as imagens foram apagadas. Tudo foi destruído antes que parte das pessoas que estavam no acampamento chegassem.”
Sem mencionar nomes, Bolsonaro criticou o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contestou as punições aplicadas aos envolvidos nos atos e afirmou que o objetivo dos adversários é eliminá-lo, não prendê-lo.
Ele disse ainda: “Me processam por uma fumaça de golpe. Que golpe é esse que até hoje o Mossad não sabe nada? Que arma foi apreendida? Procurem as polícias legislativas da Câmara e do Senado. Nenhuma arma foi apreendida além de um estilingue e algumas bolinhas de gude. Que tentativa armada é essa? Golpe envolve forças armadas, armamento, apoio político e financeiro, e respaldo institucional inclusive fora do país. Que golpe é esse, meu Deus?”
Esta foi a sexta vez que Bolsonaro convocou seus apoiadores para as ruas desde que deixou a presidência no fim de 2022. A manifestação realizada neste domingo usou o slogan “Justiça Já” e criticou o julgamento do ex-presidente no STF por suposta tentativa de golpe de Estado.
Os dados do Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), da USP, indicam que a adesão às manifestações bolsonaristas tem diminuído com o tempo. Em 25 de fevereiro do ano passado, a manifestação na Avenida Paulista reuniu 185 mil pessoas. Em 6 de abril deste ano, o público foi de 44,9 mil, representando uma queda de 75%.
No intervalo entre esses dois eventos, ocorreram outros três protestos pró-Bolsonaro. Em 21 de abril, o monitor da USP registrou 32,7 mil manifestantes em um ato na Copacabana. No Dia da Independência do ano passado, 7 de setembro, 45,4 mil pessoas estavam na Paulista. No dia 16 de março deste ano, 18,3 mil se reuniram em apoio a Bolsonaro no Rio de Janeiro.

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