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Bolsonaro diz que anistia pode resolver disputa por tarifas

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A Polícia Federal (PF) encontrou no celular do ex-presidente Jair Bolsonaro um áudio onde ele condiciona a aprovação da anistia para os condenados na trama golpista à negociação para a retirada das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

A gravação foi obtida durante busca e apreensão realizada pela PF no mês anterior.

Em conversa com o pastor Silas Malafaia, um de seus apoiadores, Bolsonaro afirmou que “se não começar votando a anistia, não tem negociação”.

“Malafaia, o que eu mais faço é dialogar com pessoas certas e dizer que se não iniciar votando a anistia, não haverá negociação sobre tarifas. Não adianta estados tentarem sensibilizar os EUA, isso não vai acontecer. Da minha parte, é assim”, declarou ele.

Durante o diálogo, Bolsonaro comentou ainda que prefere não se expor publicamente sobre o tarifaço imposto ao Brasil.

“Eu também não posso me expor, porque não resolve nada. Se eu agir com arrogância, não adianta. Tenho meus contatos e prefiro agir discretamente. Resolva a anistia, e tudo se resolve. Se não resolver, já era”, completou.

Mais cedo, Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro foram oficialmente indiciados pela PF pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

A decisão veio após investigações sobre as ações de Eduardo Bolsonaro junto ao governo americano para incentivar medidas de retaliação contra o Brasil e ministros do Supremo Tribunal Federal.

Nos últimos meses, o governo dos Estados Unidos aplicou diversas ações contra o Brasil, como uma taxa de 50% sobre importações de produtos brasileiros, uma investigação comercial sobre o Pix e sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes conforme a Lei Magnitsky.

Autoridades americanas e o ex-presidente Donald Trump afirmam que Bolsonaro é alvo de perseguição e que Moraes atua contra a liberdade de expressão e empresas americanas de redes sociais.

Em maio, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de investigação sobre Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro para apurar tentativa de influenciar o governo dos EUA a aplicar sanções contra Moraes, relator de investigações sobre a trama golpista e fake news.

Eduardo Bolsonaro solicitou licença de 122 dias do mandato em março e mudou-se para os EUA alegando perseguição política. Um pedido de cassação de seu mandato foi encaminhado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por representações do PT e PSOL.

Nesse contexto, Jair Bolsonaro é investigado por transferir recursos via Pix para custear a estadia do filho no exterior, enquanto ele buscava sanções contra o sistema judiciário brasileiro.

No âmbito das investigações, o ministro Alexandre de Moraes ordenou busca e apreensão contra o pastor Silas Malafaia, cujo celular foi apreendido no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o pastor teria atuado como orientador das ações de coação promovidas por Bolsonaro e seu filho.

A PF descobriu também que Jair Bolsonaro fez uma transferência de R$ 2 milhões para sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, um dia antes de prestar depoimento sobre as investigações envolvendo Eduardo Bolsonaro e as medidas dos Estados Unidos contra o Brasil. A PF aponta que essa transferência foi omitida pelo ex-presidente.

Além disso, um pedido de asilo ao presidente argentino Javier Milei foi encontrado no celular de Bolsonaro. O documento, com 33 páginas, sem assinatura ou data, estava salvo desde 2024, quando o ex-presidente foi investigado em outra operação relacionada à trama golpista.

A Agência Brasil tentou contato com a defesa de Bolsonaro, mas até o momento não houve resposta. O espaço permanece aberto para manifestações.

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