Bolsonaro e curso de eletricidade: ex-presidente usou ferro de solda na tornozeleira

Na audiência de custódia realizada neste domingo (23), Jair Bolsonaro admitiu que, em um momento de "certa paranoia", usou um ferro de soldar para mexer na tornozeleira eletrônica. Ele justificou que possui formação para operar esse tipo de equipamento.

Embora não tenha detalhado qual curso fez, informações biográficas indicam que Bolsonaro tem algum conhecimento em eletricidade. Seu currículo oficial na Câmara dos Deputados mostra formação incompleta em Educação Física e sua carreira militar com especializações como paraquedista, mestre em saltos e mergulho autônomo.

No entanto, durante sua trajetória política, Bolsonaro mencionou ter realizado dois cursos: um sobre eletricidade por correspondência, e outro para conserto de máquinas de lavar e geladeiras. Em 2018, ele declarou em entrevista à Globonews que havia feito um curso profissionalizante de conserto de eletrodomésticos em Madureira, Rio de Janeiro, alegando que poderia ganhar até R$ 12 mil mensais com esse trabalho. Essa afirmação gerou controvérsias, pois não há registros oficiais desse curso.

Além disso, Bolsonaro afirmou ter feito, antes da carreira militar, um curso por correspondência de eletricidade no Instituto Universal Brasileiro (IUB), uma das primeiras instituições de ensino a distância no Brasil, com materiais enviados pelos Correios.

Esse curso é mencionado em biografias oficiais, inclusive na escrita pelo seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, que destacou que, apesar das dificuldades financeiras, Bolsonaro foi aprovado na Escola Preparatória de Cadetes do Exército e realizou cursos por correspondência de eletricidade e português no IUB.

Em maio de 2021, durante uma transmissão ao vivo, Bolsonaro reforçou que estudou eletricidade e português pelo Instituto Universal Brasileiro, utilizando bibliotecas e enciclopédias para aprender.

Na audiência de custódia, ele explicou que estava sob efeito combinado de medicamentos que causaram alucinações, acreditando haver escuta na tornozeleira eletrônica. Por isso, disse que, durante a madrugada, mexeu na tornozeleira com um ferro de soldar, equipamento para o qual tem habilidade devido ao curso realizado. Após recuperar a razão, parou o procedimento e comunicou os agentes responsáveis pela sua custódia.