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Bolsonaro pediu para vigiar Moraes, diz defesa de Marcelo Câmara

A equipe jurídica do ex-assessor presidencial Marcelo Câmara declarou nesta quarta-feira que o pedido para monitorar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), veio diretamente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O advogado Eduardo Kuntz fez essa revelação durante uma acareação entre Câmara e o tenente-coronel Mauro Cid.
Em mensagens trocadas no final de 2022, Câmara e Cid discutiram sobre os movimentos de Moraes. Cid já havia mencionado que essa ação foi encomendada por Bolsonaro, que queria saber se o ministro estava encontrando o então vice-presidente Hamilton Mourão, atualmente senador.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) relacionou esse monitoramento a um suposto plano para assassinar Moraes, descrito em um documento chamado Punhal Verde e Amarelo. Contudo, a defesa de Câmara negou qualquer ligação com esse plano.
“A defesa do réu Marcelo Câmara pediu que fosse esclarecido que no segundo momento, o monitoramento no final de dezembro, não tem nenhuma conexão com a operação ‘Punhal Verde e Amarelo’, e que essa vigilância foi solicitada diretamente pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”, afirma a ata da acareação.
Câmara também mencionou que houve um pedido específico para verificar a agenda de Moraes.
A acareação aconteceu a pedido da defesa de Câmara, que responde no processo conhecido como núcleo dois da trama golpista. Cid, que fechou acordo de delação premiada, também é réu, mas em outra ação judicial relacionada ao chamado “núcleo crucial” da suposta organização criminosa que teria tentado um golpe contra o Estado.
No mês anterior, ao depor como informante na ação contra Câmara, Cid comentou sobre a solicitação feita por Bolsonaro:
“Esse último pedido foi feito na época pelo presidente da República. Naquele momento, havia a informação de que o senhor Moraes estaria se encontrando com o general Mourão em São Paulo, então o presidente pediu para confirmar isso. Como a estrutura presidencial já estava desorganizada, solicitei ao coronel Câmara essa informação.”
Câmara, por sua vez, declarou que trabalhou para organizar uma reunião entre Bolsonaro e Moraes, que aconteceu na residência do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que era ministro da Casa Civil.
“Após o segundo turno das eleições, entre primeiramente e o segundo turno, tentamos várias vezes – ministros e o próprio Ciro Nogueira – para que o encontro entre o ex-presidente e o ministro acontecesse na casa dele. Essa informação foi divulgada.”

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