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Bolsonaro preso por última insubordinação

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Ao longo de sua trajetória na política, Jair Bolsonaro manifestou repetidamente sua admiração pelo período da ditadura militar. Como chefe do Executivo, ele desafiou as instituições democráticas. Recentemente, o ex-líder da extrema direita brasileira foi detido preventivamente neste sábado (22), após ser condenado por tentar derrubar o governo.

Nem mesmo o apoio declarado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conseguiu mudar o curso dos acontecimentos: o ex-capitão do exército foi sentenciado em setembro a 27 anos e 3 meses de reclusão por tentativa de golpe de Estado, após perder as eleições de 2022 para seu adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Afastado das atividades devido a problemas de saúde decorrentes de uma facada recebida em 2018, Bolsonaro, agora com 70 anos, enfrenta seu momento mais desafiador.

Após estar em prisão domiciliar desde agosto, ele foi transferido para prisão preventiva neste sábado, conforme informaram à AFP um de seus advogados e fontes próximas ao processo.

Apesar das circunstâncias, o apelidado “Mito” por seus seguidores garante que continuará resistindo e pretende concorrer nas eleições presidenciais de 2026, mesmo estando inelegível.

“Vamos seguir na luta”, afirmou nas últimas manifestações em que participou no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, apoiado por milhares de simpatizantes.

Clã familiar

Bolsonaro chegou ao poder em 2019 apresentando-se como um “diferente”, embora estivesse inserido na política há quase 30 anos.

Nascido em 21 de março de 1955 no interior de São Paulo, em uma família de ascendência italiana, teve cinco filhos com três mulheres diferentes.

Com sua atual esposa, Michelle Bolsonaro — 27 anos mais jovem — e seus três filhos mais velhos, formam um grupo familiar politicamente ativo.

Tanto Michelle, uma evangélica devota, quanto seu filho senador Flávio Bolsonaro são considerados potenciais sucessores na liderança da ala conservadora.

Seu filho deputado, Eduardo Bolsonaro, atualmente mora nos Estados Unidos, onde realiza uma campanha junto ao governo Trump em defesa de seu pai.

Apesar disso, as relações familiares enfrentaram tensões. Quando Bolsonaro chamou Eduardo de “imaturo” por críticas ao governador de São Paulo, o deputado reagiu: “VTNC, seu ingrato!”, dado por mensagens obtidas pela polícia no julgamento.

Uma visão controversa

Bolsonaro nunca rejeitou os anos da ditadura militar (1964-1985), chegando a declarar que o erro do regime foi “torturar e não matar” os opositores, antes mesmo de assumir a presidência.

Depois de uma carreira militar marcada por episódios de desobediência, foi eleito deputado em 1991. Seu discurso simples e direto sempre foi agressivo e causou polêmica por comentários misóginos, racistas e homofóbicos.

Em 2014, chegou a afirmar a uma deputada que ela era “muito feia” para ser “estuprada”.

Crítica à esquerda

Embora pouco notado no Congresso, ganhou destaque após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016.

Seus discursos contra corrupção, violência, crise econômica e a “esquerda podre” conquistaram amplos setores da população.

Este populista, frequentemente vestido de bermuda e camiseta da Seleção Brasileira, soube conquistar o apoio do agronegócio e dos evangélicos.

Na campanha de 2018, foi esfaqueado durante um comício, o que impulsionou sua popularidade.

Mandato marcado por controvérsias

Seu governo teve várias crises, apesar de um desempenho econômico relativamente estável.

Ele minimizou a gravidade da pandemia que matou cerca de 700 mil brasileiros, chamando o vírus de “gripezinha”, se posicionou contra o confinamento e uso de máscaras e ridicularizou vacinas, afirmando que poderiam “transformar” alguém em “jacaré”.

Cético quanto às mudanças climáticas, permitiu o avanço do desmatamento na Amazônia.

Não hesitou em ofender líderes estrangeiros, isolando o Brasil internacionalmente.

Na eleição de 2022, perdeu por pequena margem para Luiz Inácio Lula da Silva, derrota que jamais reconheceu.

Com frequência comparado a Donald Trump por sua ideologia e estilo agressivo, o ex-presidente americano foi seu principal aliado no final da campanha.

Trump impôs tarifas de até 50% sobre importações brasileiras, em retaliação contra a perseguição a quem, segundo ele, é um “grande amigo” e “um cavalheiro”.

Porém, várias dessas tarifas foram suspensas recentemente após encontro entre Trump e Lula.

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