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Bolsonaro reforça segurança com pasta à prova de balas

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A escolta de Bolsonaro não deixa o presidente circular em público sem as pastas ao lado. Foi utilizada té mesmo dentro de instalações militares

Após atentado, esquema de segurança do presidente Jair Bolsonaro inclui até mesmo pasta protetora (Andre Coelho/Bloomberg/Bloomberg)

Brasília – O padrão de segurança adotado pelo presidente Jair Bolsonaro, mais rigoroso do que o dos antecessores, inclui o emprego ininterrupto de uma pasta protetora à prova de bala, carregada por seus guarda-costas, reforço de bloqueios e controle de acesso no entorno do Palácio da Alvorada, acompanhamento por caminhão tanque de combate a incêndio dos Bombeiros e a montagem de um escritório do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no Rio de Janeiro.

A pasta-escudo aparenta revestimento em couro preto, mas é fabricada em tecido kevlar (aramida), resistente a disparos de armas curtas, segundo fontes ouvidas pela reportagem. Aberta pelos guarda-costas em caso de ataque, ela se desdobra formando uma barreira contra tiros, o que permite encobrir o presidente.

O modelo é semelhante ao usado pelos guardas do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no episódio em que o líder bolivariano teria sido alvo de um atentado com drones, durante um desfile militar em Caracas, em agosto do ano passado.

Um militar de alta patente familiarizado com a escolta presidencial brasileira avalia que, se esse equipamento está sendo empregado constantemente, até dentro de ambientes controlados, existe alguma ameaça real que a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial ainda não conseguiu debelar.

Integrantes do GSI confirmam que Bolsonaro segue sob ameaça, sem dar detalhes das medidas adotadas.

O GSI já dispunha da pasta protetora antes de Bolsonaro assumir, mas ela era usada apenas em áreas de risco e ficava guardada no porta-malas dos carros da “cápsula presidencial”, nome técnico dos cinco automóveis idênticos do comboio, para dissimular em qual ele viaja. A ameaça mais séria identificada, por exemplo, contra o ex-presidente Michel Temer era ser hostilizado nas ruas.

A escolta de Bolsonaro, ao contrário, não deixa o presidente circular em público sem as pastas ao lado. A reportagem viu o equipamento em uso dentro de instalações militares como a Base Aérea de Brasília, o Clube Naval, o Clube do Exército e o Ministério da Defesa.

Na posse, quatro homens do GSI portando as pastas se posicionaram atrás do parlatório na Praça dos Três Poderes para intervir e bloquear eventuais disparos contra Bolsonaro, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o vice-presidente, Hamilton Mourão, e a mulher dele, Paula Mourão. Na ocasião, informes de inteligência relatavam a possível presença de atiradores na Esplanada dos Ministérios e de carros-bomba no Eixo no Monumental e no Aeroporto de Brasília.

Bolsonaro nomeou o capitão do Exército Sergio Cordeiro, seu homem de confiança, como assessor especial na Presidência. Cordeiro especializou-se em proteger autoridades – trabalhou na segurança pessoal dos ex-presidentes Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, além de três ex-comandantes do Exército, e de um embaixador do Brasil em Bogotá, Colômbia.

Comitiva

A comitiva presidencial tem sido acompanhada por um caminhão autobomba tanque (ABT), que se desloca a locais aonde Bolsonaro vai. Nove bombeiros foram designados para uma seção interna que funciona no Palácio do Planalto. E quase 30 militares das Forças Armadas, para o novo escritório do GSI no Rio, criado para escoltar o presidente e seus familiares, além do vice-presidente e família. O local não foi definido.

Em Brasília, com a mudança de Bolsonaro para o Alvorada e de Mourão para o Jaburu, o GSI instalou tendas com homens armados, mais blocos de concreto e material perfurante nas vias de acesso às residências oficiais.

A expansão do GSI inclui a compra de novos simuladores de tiros e de direção de viaturas, a serem instalados num galpão multiúso de 750 metros quadrados, que o órgão projeta construir na sede ao lado do Planalto. O espaço servirá para treinos, depósito e alojamento de 60 militares do Exército que reforçam o efetivo do palácio durante protestos – atualmente, eles ficam de forma improvisada na garagem.

O governo conclui a compra de 30 novos carros de representação e segurança no valor de R$ 5,8 milhões. Desses, 12 Ford Fusion 2.0 pretos serão blindados para resistir a disparos de pistolas e submetralhadoras 9 mm e revólveres .44. Fonte: Portal Exame

 

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