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Bolsonaro: reunião com Trump e ajuda financeira para filho nos EUA; veja as evidências apontadas por Moraes
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mencionou diversas evidências na decisão que autorizou uma operação policial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, a pedido da Polícia Federal, além da determinação do uso de tornozeleira eletrônica. Moraes indicou crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação e atentado à soberania.
Segundo o ministro, o ex-presidente e seu filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, tentaram modificar o andamento da ação penal referente à tentativa de golpe de Estado com apoio do governo dos Estados Unidos.
1 – Obstáculos econômicos com os EUA
Moraes ressaltou que a Polícia Federal identificou um alinhamento entre as ações de Bolsonaro e seu filho para criar obstáculos econômicos nas relações comerciais entre os Estados Unidos e o Brasil, visando dificultar o avanço normal da ação penal sobre o caso golpista, que pode levar o ex-presidente a uma pena de até 43 anos de prisão.
O então presidente dos EUA, Donald Trump, ao anunciar a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados, classificou o julgamento de Bolsonaro no STF como uma “vergonha internacional”.
2 – Atuação de Eduardo Bolsonaro
Moraes destacou que o deputado Eduardo Bolsonaro desempenhou papéis ilícitos auxiliados diretamente por Jair Bolsonaro. A decisão inclui publicações nas redes sociais deles exaltando medidas do governo americano que prejudicaram o Brasil e declarações de Trump.
“Importa destacar que a investigação comprovou a participação de Jair Messias Bolsonaro nas ações criminosas, não apenas incitando a tentativa de submeter o funcionamento do STF ao controle de outro país, desrespeitando a soberania nacional, mas também apoiando financeiramente Eduardo Nantes Bolsonaro para negociar com governo estrangeiro atos hostis contra o Brasil”, afirmou o ministro.
3 – Reações após primeiras declarações de Trump
O ápice das ações ilícitas ocorreu após as primeiras declarações de Trump que atentavam contra a soberania nacional e a independência do Poder Judiciário. No dia 7 de julho, Trump publicou mensagem defendendo que Bolsonaro não tinha culpa e criticando o tratamento do Brasil ao ex-presidente.
Jair Messias Bolsonaro, ao aderir a essa mensagem que afrontava a soberania e a independência judicial, passou a incitar seus seguidores contra o Poder Judiciário nas redes sociais.
4 – Compartilhamento de mensagem de Trump
No dia 8 de julho, Bolsonaro republicou uma postagem do presidente norte-americano no X, em que Trump pedia que deixassem o ex-presidente brasileiro em paz, classificando a perseguição como “caça às bruxas”.
5 – Encontro com Conselheiro do Departamento de Estado dos EUA
O ministro apontou que Bolsonaro confirmou ter se reunido com Ricardo Pita, conselheiro sênior do Departamento de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental, mas afirmou que o conteúdo da conversa foi reservado.
Bolsonaro declarou em suas redes sociais que “o alerta foi dado, e não há mais espaço para omissões”, solicitando aos Poderes que adotem medidas urgentes para restabelecer a normalidade institucional.
6 – Carta de Trump
No dia 9 de julho, Trump publicou uma carta considerada uma ameaça à soberania nacional e ao Poder Judiciário. Eduardo Bolsonaro agradeceu Trump, enquanto pai e filho comemoraram a agressão, apoiando sanções e incentivando novas medidas hostis contra o Brasil.
7 – Confissão
Na última quinta-feira, Bolsonaro admitiu sua participação em atos criminosos, condicionando o fim da taxação à sua própria anistia, desrespeitando a soberania nacional, a Constituição e a independência do Judiciário.
Em entrevista, ao ser questionado sobre a tarifa de 50% imposta por Trump, afirmou que isso não caracteriza ameaça à soberania.
“Vamos supor que Trump queira anistia. É muito? A anistia é algo privativo do parlamento. Não deve haver ameaças para tornar isso inconstitucional”, declarou.
Eduardo Bolsonaro afirmou nas redes sociais que sua intermediação com o governo estrangeiro resultou na tarifa imposta aos produtos brasileiros pelos EUA.
Moraes esclareceu que o aumento tarifário visa criar uma crise econômica grave no Brasil, pressionar o Judiciário e afetar relações diplomáticas, interferindo no andamento da ação penal.
8 – Apoio financeiro ao filho
O ministro também mencionou que Bolsonaro declarou, em seu interrogatório, ter ajudado financeiramente Eduardo Bolsonaro a viajar aos Estados Unidos, enviando cerca de R$ 2 milhões via Pix.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), as postagens e a significativa ajuda financeira demonstram o alinhamento entre Jair Messias Bolsonaro e seu filho, com o objetivo claro de interferir na Justiça brasileira, prejudicar a economia nacional com sanções estrangeiras e garantir impunidade penal.

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