Bolsonaro se reúne com Valdemar para discutir candidaturas e substituto em SP

Em sua primeira visita a Jair Bolsonaro desde que ele foi colocado em prisão domiciliar, o líder nacional do PL, Valdemar Costa Neto, esteve na manhã desta quinta-feira na residência de Bolsonaro, em Brasília. O encontro teve como foco traçar estratégias eleitorais e o planejamento do partido para 2026, especialmente para o Senado Federal.

Bolsonaro pretende eleger o maior número possível de aliados para a Câmara Alta, visando formar uma bancada contrária ao Supremo Tribunal Federal. Assim, a oposição teria força para aprovar um possível impeachment de ministros.

A reunião também tratou do futuro dos familiares do ex-presidente. O senador Flávio Bolsonaro vai tentar a reeleição pelo Rio de Janeiro, enquanto a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, deve concorrer pelo Distrito Federal. A família pretende ainda colocar mais dois membros em cargos estratégicos.

O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, pode concorrer em um dos estados: Santa Catarina, Espírito Santo ou Roraima, embora haja resistência de aliados. Em Santa Catarina, Júlia Zanatta e Carol de Toni já têm forte apoio, no Espírito Santo Magno Malta quer lançar sua filha, e no momento Roraima é o local com mais chances para Carlos.

Sobre o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que parece ser o favorito em São Paulo, ele está nos Estados Unidos desde março e enfrenta o risco de perder o mandato por ausência. No encontro, Valdemar ressaltou que Eduardo provavelmente não conseguirá se viabilizar, pois há temores de que ele possa ser preso se retornar ao Brasil, já que é investigado por possíveis articulações de sanções contra autoridades brasileiras. Como alternativa, o PL considera lançar o deputado federal Marcos Pollon, do Mato Grosso do Sul.

Valdemar enfatizou a necessidade de encontrar um substituto para disputar em São Paulo, escolhendo com cuidado para assegurar a força eleitoral do partido em um estado-chave.

Essa visita faz parte do esforço do PL para fortalecer a unidade interna e solidificar o apoio a Bolsonaro. Na segunda-feira, outro líder do partido, Altineu Cortes, já havia se reunido com o ex-presidente, mostrando o contato direto entre a liderança do PL e Bolsonaro.

As eleições presidenciais ainda não foram debatidas. Bolsonaro mantém postura de candidato apesar de estar inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele tem mostrado menos resistência à ideia de um substituto. O nome que vem ganhando força é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que, se escolhido, deixaria o Republicanos para ingressar no PL, possivelmente atraindo deputados da legenda de Bolsonaro para o partido de Marcos Pereira.

Esses encontros durante a prisão domiciliar indicam que o partido quer que Bolsonaro siga como peça central da estratégia eleitoral, alinhando candidaturas estaduais e proporcionais. Fontes próximas afirmam que o clima foi de articulação prática, sem decisões finais, mas com a clara intenção de reduzir disputas internas e fortalecer nomes viáveis para as próximas eleições.