Boulos critica anistia e cobra atitude do Senado na Paulista

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos (PSol), marcou presença em um protesto contra o Congresso Nacional realizado neste domingo na Avenida Paulista, em São Paulo. O evento foi convocado por grupos de esquerda em resposta à aprovação do PL da Dosimetria pela Câmara dos Deputados, um projeto que reduz as penas para aqueles condenados por tentativa de golpe de Estado.

No discurso, Boulos classificou o projeto como uma “anistia envergonhada”, após tentativas fracassadas de grupos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para garantir uma anistia ampla.

“Não aceitamos anistia sem vergonha nem essa anistia envergonhada. Queremos que o projeto seja barrado, pois golpista bom é golpista preso”, declarou.

Boulos também frisou que o ato serve como um aviso para o Senado: evitar o erro cometido pela Câmara. Ele mencionou ainda outras medidas criticadas, como a PEC do Marco Temporal de Terras Indígenas, recentemente aprovada no Senado, ressaltando que as manifestações em várias cidades brasileiras são um recado direto aos parlamentares.

Questionado sobre um possível veto do presidente Lula ao projeto da dosimetria, afirmou que a decisão cabe ao presidente, mas ressaltou que Lula é contrário à anistia.

A manifestação, que reuniu movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), aconteceu sob o lema “Congresso inimigo do povo”. O protesto contestou a decisão da Câmara e enfatizou a rejeição às penas reduzidas para os envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos de prisão.

Além do foco principal na dosimetria, os atos também abordaram outras demandas, como o fim da escala de trabalho 6×1 e a luta contra o feminicídio. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi o principal alvo das críticas pelo compromisso de pautar o PL da Dosimetria.