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Economia

Brasil atrai atenção com títulos em dólar, diz secretário do Tesouro

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Em um cenário de mudanças nas carteiras globais de investimentos, o Brasil tem se destacado como um dos principais destinos para títulos em dólar, afirmou nesta quarta-feira o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.

Ele destacou a forte procura pela recente emissão externa de títulos do Tesouro em dólar, realizada no início do mês. A oferta contou com dois tipos de títulos, um com vencimento em cinco anos e outro com prazo de 30 anos.

No título com prazo mais curto, foram disponibilizados US$ 750 milhões, com a taxa atingindo o menor spread – a diferença em relação ao título referencial global, que são os títulos do Tesouro americano com prazo semelhante.

— A emissão confirmou a hipótese de que as carteiras de investimento estão passando por realocação e que o Brasil pode atrair investimentos. O país é um dos principais focos atualmente – explicou Ceron após participar de um seminário na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.

Segundo o secretário, as emissões do Tesouro servem principalmente para estabelecer parâmetros para as ofertas de títulos de dívida corporativa emitidos por grandes empresas nacionais. O volume dessas emissões por companhias brasileiras no exterior está em crescimento.

Ceron afirmou que o resultado positivo da emissão pode motivar novas ofertas de títulos do Tesouro em breve, embora não tenha definido datas. Uma possibilidade é a emissão de “green bonds” (títulos verdes), cuja finalidade é destinar recursos a investimentos em sustentabilidade ambiental, como a transição energética.

Desde 2023, o Brasil já realizou duas emissões desse tipo, no valor de US$ 2 bilhões cada. Para garantir a destinação correta dos recursos, eles são aplicados no Fundo Clima, mantido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) há vários anos para financiar iniciativas sustentáveis.

O Fundo Clima é operado pelo BNDES e tem facilitado empréstimos com juros mais baixos para investimentos alinhados a objetivos ambientais, como energia renovável.

Ceron mencionou que o Tesouro já injetou R$ 20 bilhões no Fundo e que a proposta orçamentária para 2026 prevê mais R$ 25 bilhões para esse fundo.

Ele também ressaltou o impacto da taxa básica Selic, atualmente em 15% ao ano, sobre os custos da dívida pública. Como grande parte da dívida nacional está atrelada à Selic, o aumento da taxa eleva os gastos públicos.

O secretário expressou otimismo quanto à aprovação pelo Congresso das medidas fiscais encaminhadas pelo Ministério da Fazenda, ressaltando a responsabilidade dos parlamentares. Segundo Ceron, já houve apoio a um corte linear de 10% em benefícios tributários e ele não teme a aprovação da isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil mensais, mesmo sem compensação por tributação maior sobre os mais ricos.

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