O Brasil considera abrir totalmente o mercado de etanol para os Estados Unidos, enquanto a China vira as costas ao biocombustível americano em meio à guerra comercial.
As autoridades brasileiras consideram ceder à demanda americana de zerar a tarifa de importação de etanol para facilitar as negociações em curso do acordo bilateral com os EUA, disseram duas pessoas a par do assunto que pediram para não serem identificadas porque o assunto não é público. Um acordo bilateral, esperado para outubro, beneficiaria muito produtos nacionais.
A eliminação de tarifas do etanol é defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Entretanto, o Ministério da Agricultura se opõe e defende a renovação da atual cota de importação com tarifa zero.
Em agosto de 2017, o governo do Brasil aplicou uma tarifa de 20% sobre os embarques de etanol dos EUA que excedem a cota anual de 600 milhões de litros, depois que as importações americanas de etanol de milho inundaram o mercado doméstico, deteriorando os preços locais.
O ministério da Economia, o ministério da Agricultura e a Unica não responderam imediatamente o pedido pedido de comentário feito pela Bloomberg.
A liberação do mercado brasileiro seria um alívio para a indústria americana, que tem sido afetada pelo excesso de oferta e enfrenta as margens mais baixas em mais de 15 anos. Os produtores americanos expandiram a capacidade apostando na demanda da China, mas acabaram ficando sem compradores em razão da guerra comercial do presidente Donald Trump com a nação asiática.
Qualquer decisão no Brasil tem de ser tomada até o final deste mês, quando a atual cota expira, as pessoas disseram. Caso contrário, a tarifa de 20% torna-se efetiva novamente para a totalidade do etanol importado.
Segundo as fontes, o governo do Brasil não permitirá que a tarifa de 20% se aplique a todo o etanol importado. Isso poderia deteriorar a relação entre os dois países, em um momento em que o Brasil tenta minimizar as reclamações dos EUA sobre barreiras, disseram as pessoas.
Na pior das hipóteses, o ministério da Economia considera provisoriamente renovar a cota de 600 milhões de litros para ganhar mais tempo para negociar, disseram as pessoas.
O Brasil foi o principal destino dos embarques de etanol de milho dos EUA, com importações de mais de 1,7 bilhão de litros no ano passado.
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