Brasil continuará isolado até EUA aceitarem diálogo, diz líder da CBIC

Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), destacou que o governo brasileiro está buscando alternativas para impedir o aumento das tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos. Contudo, ele afirmou que enquanto o governo americano não estiver disposto a negociar, os representantes brasileiros estarão falando para o vazio.

“É importante compreender que os Estados Unidos impuseram as tarifas de forma unilateral, sem consultar e motivados por razões políticas. O governo brasileiro está empenhado nas negociações, mas enquanto a porta não se abrir por lá, estaremos falando sozinhos”, disse Correia, ao responder perguntas do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, durante a divulgação dos dados econômicos do setor.

O líder da CBIC ressaltou que o possível aumento das tarifas gera grande preocupação para o setor da construção devido aos impactos negativos que podem causar na economia nacional. Ele lembrou que o segmento de construção, que inclui empreendimentos residenciais, comerciais, infraestrutura e a produção de materiais, é muito dependente do desempenho geral da economia do país.

“As tarifas são preocupantes e o impacto real ainda é incerto”, afirmou. “Estamos esperançosos pelo êxito nas negociações do governo”, completou.

Em teoria, os construtores poderiam ter algum benefício caso os exportadores redirecionem parte dos seus produtos para o mercado interno, aumentando a oferta e reduzindo os preços. Por outro lado, uma piora na economia pode fazer o dólar subir, o que torna o cenário mais complexo e as previsões para o setor mais difíceis. “Será necessário acompanhar cuidadosamente todos esses desdobramentos.”