Brasil critica ataque dos EUA contra ministro Moraes

O Itamaraty e membros do governo federal responderam durante o fim de semana ao comentário feito pelo subsecretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Landau ocupa o segundo cargo da secretaria de Marco Rubio.

No dia seguinte à visita do encarregado de Negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, ao Itamaraty para esclarecer uma publicação anterior com ameaças a aliados de Moraes, a representação americana voltou a divulgar em português o texto de Landau. Ambos os posts foram feitos na plataforma X.

A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) qualificou a atitude de Landau como “arrogante” ao criticar Moraes e afirmou que ele cometeu uma “grave ofensa” ao Brasil. Gleisi também destacou que o ex-presidente Jair Bolsonaro incentiva o então presidente dos EUA, Donald Trump, a pressionar o Judiciário brasileiro e acusou algumas plataformas de não cumprirem ordens judiciais no país.

A ministra defendeu a soberania brasileira e exigiu que as autoridades americanas cessem o apoio a quem tentou fragilizar a democracia no Brasil, em clara referência a Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe.

Em nota, o Itamaraty afirmou que as declarações de Landau contêm “inverdades” e representam um “ataque direto à soberania nacional”. O comunicado ainda enfatiza que o Brasil não se sujeitará a qualquer tipo de pressão.

Em sua publicação, a embaixada dos EUA sugeriu que “o que ocorre atualmente no Brasil evidencia que um único ministro do STF usurpou poder ao ameaçar líderes dos outros poderes ou suas famílias com prisão ou outras penalidades”.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comentou sobre as mensagens da embaixada e de Landau. Para ele, o conteúdo indica que “os EUA estão agindo com seriedade”.

Em vídeo compartilhado, Eduardo afirmou: “Vocês viram a postagem na rede X da Embaixada dos EUA? A mensagem é clara: para quem ainda não entendeu, os Estados Unidos estão prontos para agir firmemente para acabar com todos os obstáculos que impedem a harmonia entre os Poderes. Aqueles que forem considerados parte desse sistema de ‘ditadura de toga’ serão alvos, para o bem do Brasil”.