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Brasil enfrenta Trump ao condenar Bolsonaro, diz NYT

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O Brasil tomou uma posição firme contra a pressão exercida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao condenar o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro a uma pena superior a 27 anos de prisão por liderar uma tentativa fracassada de se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022.

Esse entendimento é do jornal New York Times, que qualificou a sentença como um ‘desafio’ ao líder americano. Trump tinha deixado claro que queria que as acusações fossem retiradas, ao ponto de impor tarifas punitivas ao Brasil, iniciar uma investigação comercial e aplicar sanções rigorosas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal responsável pelo caso.

Mesmo diante disso, o Brasil manteve sua decisão de condenar Bolsonaro, conforme relatado pelo NYT em uma reportagem assinada pelo jornalista Jack Nicas.

O jornal ressaltou que o Brasil tem resistido às tentativas de intimidação do governo de Trump, e até o momento isso não causou prejuízos graves ao país.

Por meio de uma votação de 4 a 1, o Supremo Tribunal Federal considerou Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que buscou tomar o poder de forma ilegal.

A pena atribuída a ele foi a mais severa entre os réus considerados peças centrais do esquema conspiratório. Os ministros criticaram a interferência externa e as tentativas de obter anistia, enquanto o governo dos EUA prometeu reagir, qualificando o processo como uma ‘caça às bruxas’.

Nesta conjuntura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu sua popularidade crescer nas pesquisas após o confronto com o governo americano. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, que sofreu sanções financeiras por parte dos EUA, tem contado com forte apoio das instituições democráticas do Brasil.

Apesar das tarifas de 50% impostas por Trump, as exportações brasileiras subiram 4% em um mês, impulsionadas principalmente pela demanda da China.

Ao votar, o ministro Flávio Dino questionou a eficácia da pressão americana, afirmando que nenhuma influência estrangeira mudaria a decisão do Supremo.

Quanto às possíveis reações dos EUA, o NYT destaca que não está claro até onde o governo americano pretende ir, mas já utilizou ferramentas poderosas, como a revogação de vistos de autoridades brasileiras.

Se as tarifas continuarem ou aumentarem, será difícil justificar para os eleitores americanos o aumento dos preços de produtos como carne bovina, café e açúcar, apenas para interferir nesse assunto.

As autoridades americanas afirmam que a reação vai além do caso de Bolsonaro, envolvendo supostas violações de liberdade de expressão e bloqueios em redes sociais. As ações de Moraes têm sido consideradas duras e faltas de transparência, o que recebeu críticas, enquanto a assessora da Casa Branca declarou que Trump não teme usar o poder econômico e militar para proteger liberdades globalmente.

Trump parece não estar interessado em intensificar o conflito, conforme noticiado pelo jornal, que conclui que, embora a pressão americana não tenha impedido a condenação de Bolsonaro, prejudicou a imagem dos Estados Unidos no Brasil e aproximou o país da China.

O NYT também aponta que a percepção brasileira sobre os Estados Unidos diminuiu significativamente, enquanto a relação com a China melhorou.

Apesar dos apoiadores de Bolsonaro terem mostrado apoio a Trump em manifestações, a pesquisa indica que esse apoio já era elevado e não sofreu alteração relevante devido à intervenção americana.

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