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Brasil não convida EUA para cúpula da democracia em Nova York

Os Estados Unidos não foram convidados para a cúpula que debaterá a democracia, organizada pelo governo do Brasil em Nova York na próxima semana, segundo apuração do Estadão/Broadcast. Essa ausência representa uma mudança em relação a 2024, quando os americanos participaram.
Fontes próximas informam que convidar os Estados Unidos neste ano não faria sentido devido ao retorno ao poder de Donald Trump e às posições adotadas durante seu mandato.
O evento tem como objetivo discutir as ameaças à democracia global e as restrições às liberdades impostas por líderes extremistas ao redor do mundo.
A cúpula ocorrerá pela segunda vez simultaneamente à Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Na primeira edição, estiveram presentes, além do presidente Lula e do presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, representantes de diversos países como Barbados, Cabo Verde, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, México, Noruega, Quênia, Senegal, Timor Leste, além do presidente do Conselho Europeu da época, Charles Michel, e do secretário-geral adjunto das Nações Unidas, Guy Rider.
Fontes confirmam que todos os países que participaram na edição anterior foram convidados para este ano, exceto aqueles que passaram por mudanças governamentais para a direita. Dentre os presentes, Canadá, México e Estados Unidos tiveram trocas no governo, mas os dois primeiros continuam sob liderança progressista.
O governo brasileiro avaliou que não faria sentido incluir os Estados Unidos nesta reunião, pois o objetivo é debater estratégias para enfrentar o extremismo, e o governo de Donald Trump representa exatamente o tipo de postura que o encontro busca combater.
Integrantes do governo Lula explicam que outros países, como a China, também não foram convidados por não alinharem-se com modelos democráticos. A ausência dos americanos foi minimizada, sob a justificativa de que um convite poderia gerar desconforto ou interpretações provocativas em relação ao governo de Trump. Ao todo, cerca de 30 países receberam convite, segundo fontes.
O Brasil tampouco buscou promover encontros com representantes americanos para tratar das relações bilaterais e da tarifa de 50% aplicada aos produtos brasileiros. Avalia-se que o contexto atual não permite um diálogo produtivo entre os dois países.
Aliados do presidente Lula acreditam que não há grandes expectativas para reuniões com Donald Trump ou seus assessores, embora ressaltam que uma conversa seria bem-vinda se houvesse interesse por parte dos americanos.

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