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Brasil nega que seja o país com maiores tarifas prejudicando os EUA

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Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, afirmou nesta terça-feira, 26, que as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alegando que o Brasil seria o país com a tarifa média consolidada mais alta na Organização Mundial do Comércio (OMC), não têm fundamento.

O ministro explicou que, apesar dessas acusações sobre tarifas elevadas, o Brasil aplica uma tarifa média efetiva de 2,7% sobre produtos norte-americanos, enquanto os EUA aplicam 3,3%.

Além disso, destacou que oito dos principais produtos exportados pelos EUA ao Brasil entram no país com tarifa zero, representando 74% do total das exportações americanas. Vieira também negou que o Brasil faça diferenciação ou tratamento discriminatório contra os EUA, reforçando que todas as tarifas brasileiras seguem o princípio da nação mais favorecida, conforme as normas da OMC, aplicando-se igualmente a todos os países, diferentemente da postura dos EUA em relação ao Brasil.

O ministro explicou que as exceções a essa regra são os países com os quais o Brasil possui acordos de livre comércio ou preferências comerciais, como México e Índia, citados nos processos dos EUA contra o Brasil, além de muitos membros da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). Estes acordos estão totalmente alinhados às regras da OMC e às práticas do comércio multilateral. Ele ressaltou que esses arranjos são similares aos adotados pelos EUA em seu acordo regional com México e Canadá, o USMCA.

Mauro Vieira ressaltou que todos esses dados comprovam claramente que as acusações de desequilíbrio ou tratamento desigual do Brasil em relação aos EUA não são verdadeiras.

Ele também destacou que, embora o governo brasileiro esteja convicto da veracidade desses fatos, não se manteve passivo diante das declarações americanas sobre o comércio bilateral. Desde o início do ano, o governo do presidente Lula tem mantido diálogos frequentes com autoridades dos EUA, com o próprio Mauro Vieira tendo contato telefônico com o representante comercial dos EUA em ao menos duas ocasiões, e o vice-presidente Geraldo Alckmin dialogando com o secretário de Comércio americano.

Além disso, foram realizadas seis reuniões virtuais e uma presencial em Washington, envolvendo técnicos do Itamaraty e do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, buscando diálogo construtivo.

Em 6 de maio, o Brasil enviou aos EUA propostas para negociação sobre diversas questões reclamadas nos relatórios do USTR sobre comércio bilateral. Contudo, estas propostas não foram respondidas. Em vez disso, no dia 9 de julho, o presidente Trump publicou uma carta dirigida ao presidente Lula, a qual foi prontamente contestada pelo presidente brasileiro declarando que os dados divulgados não condizem com a realidade das relações comerciais entre os dois países.

Mauro Vieira enfatizou que o Brasil não faltou com disposição para o diálogo e negociação, defendendo a transparência e o respeito mútuo nas relações comerciais.

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