Brasil prepara resposta para EUA sobre Pix e tarifas

Na próxima segunda-feira, o governo brasileiro enviará um relatório detalhado para os Estados Unidos, abordando diversas práticas investigadas por Washington. Essas práticas abrangem áreas como finanças, comércio, meio digital, combate ao desmatamento, anticorrupção e propriedade intelectual.

Após o anúncio feito por Donald Trump em 9 de julho sobre a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir deste mês, as autoridades americanas comunicaram o início de uma investigação contra o Brasil, fundamentada na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA. O sistema de pagamentos Pix e as vendas tradicionais na Rua 25 de Março, em São Paulo, também foram incluídos nessa análise.

Espera-se que, após o envio do relatório, negociadores dos Estados Unidos e do Brasil retomem as discussões em uma audiência pública prevista para o início de dezembro deste ano.

Se o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) identificar práticas comerciais anticompetitivas por parte do Brasil, medidas compensatórias, como a imposição de novas barreiras tarifárias a produtos brasileiros, poderão ser adotadas. Esse processo deve durar pelo menos um ano.

Especialistas brasileiros estão elaborando respostas para diversos questionamentos. Entre os argumentos, destacam que já estão em curso ações efetivas para o combate ao desmatamento e se comprometem a reduzir o tempo de registro de patentes de medicamentos, que atualmente pode levar até sete anos, para apenas dois anos até 2026.

O Pix, sistema de pagamento criado pelo governo brasileiro e amplamente utilizado pela população, está sob escrutínio, mas fontes próximas ao assunto garantem que não há intenção de modificar esse serviço que é considerado bem-sucedido.

A resposta oficial aos americanos destacará que o Pix promoveu a inclusão financeira no país e expandiu oportunidades de negócios, sem prejudicar as empresas americanas de cartões de crédito.