Brasil
Brasil registra a menor taxa de filhos por mulher na história no Censo 2022
Divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta sexta-feira (27/6), dados do Censo Demográfico de 2022 sobre fecundidade e migração mostram que o Brasil atingiu a menor taxa de filhos por mulher da história, com 1,55 filho por mulher.
Desde 1960, quando começou a série histórica, esse número está no seu menor patamar já registrado.
Segundo o IBGE, a diminuição na fecundidade no Brasil ocorreu em momentos e ritmos diferentes nas regiões. As regiões Sul e Sudeste lideraram essa tendência de redução, especialmente entre grupos com maior renda e mais escolarizados.
Como é feita a medição
A forma de calcular a fecundidade no Brasil mudou devido às transformações demográficas e o aprimoramento da qualidade dos dados.
Anteriormente, o IBGE utilizava o método P/F de Brass para corrigir falhas e erros nos Censos, comparando o total de filhos já nascidos (P) com a fecundidade recente (F). Contudo, com a significativa redução da fecundidade entre adolescentes (15-19 anos) e a melhoria dos registros civis, esse método passou a superestimar os ajustes, tornando-o menos confiável.
A partir de 2018, o IBGE passou a dar prioridade aos registros de nascimento para estimar a fecundidade, pois esses dados são mais completos e precisos.
No Censo 2022, as taxas calculadas diretamente (sem o ajuste P/F) ficaram próximas das projeções oficiais, confirmando que os registros administrativos são a fonte mais confiável para estimar a fecundidade, enquanto o Censo continua sendo importante para análises sociodemográficas.
Mães mais velhas
O Censo também revela uma mudança no perfil das mães no Brasil, que estão tendo filhos em idade mais avançada. Em 2010, a maior taxa de fecundidade ocorria entre mulheres de 20 a 24 anos. Em 2022, essa faixa etária passou para 25 a 29 anos, que concentra 24,4% dos nascimentos.
Além disso, houve diminuição na taxa entre mulheres com menos de 24 anos e aumento entre as acima de 30 anos.
A idade média para ter filhos no Brasil em 2000 era 26,3 anos, subiu para 26,8 anos em 2010 e alcançou 28,1 anos em 2022.
Entre 2000 e 2022, a idade média para a maternidade cresceu em todas as regiões do país, mas em níveis distintos. O Centro-Oeste teve o maior aumento (+2,7 anos), enquanto o Norte teve o menor (+1,2 anos).
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste sempre apresentaram idade média menor para ter filhos em comparação com Sudeste e Sul, o que indica maternidade mais precoce nessas regiões.
Em 2022, a idade média para ter filhos foi: 27 anos no Norte, 27,7 no Nordeste, 27,9 no Centro-Oeste, e 28,7 no Sul e Sudeste.
Análise por cor ou raça
O Censo também examina a idade média para ter filhos de acordo com a cor ou raça das mulheres no Brasil. Os dados revelam que mulheres brancas, negras ou pardas estão postergando a maternidade cada vez mais.
Sobre o nível de escolaridade, a partir de 2010, mulheres com maior grau de instrução passaram a ter filhos em idade mais avançada. Em 2000, mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto tinham idade média para ter filhos superior à dos demais grupos, mas esse cenário mudou substancialmente a partir de 2010.


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