Conecte Conosco

Mundo

Brasileiro busca respostas dois meses após perda do filho no Canadá

Publicado

em

A família brasileira do menino de 4 anos que faleceu após ser atropelado por um ônibus em 28 de maio em Vancouver, Canadá, enfrenta o sofrimento da falta de esclarecimentos sobre as investigações do acidente. A mãe da criança, Silvana de Oliveira Schramm, fonoaudióloga cearense, permanece hospitalizada em estado grave e, conforme relatado pelo esposo, Clineu Machado, ainda não foi informada da morte do filho.

Enquanto cuida da saúde da esposa, Clineu, arquiteto que reside há cerca de 20 anos no Canadá, exige justiça e a responsabilização da empresa de ônibus pelo ocorrido.

A Polícia de West Vancouver informou que está investigando o acidente e oferecendo suporte à família. O Consulado-Geral do Brasil em Vancouver vem prestando assistência consular adequada aos brasileiros envolvidos.

O casal e a criança possuíam dupla cidadania canadense e brasileira. Segundo Clineu, sua esposa e filho tinham saído para um passeio durante a primavera e fizeram um trajeto de balsa até a Ilha de Bowen. Ele não participou, mas recebeu fotos enviadas por ela mostrando momentos felizes com a criança.

Na mesma tarde, ao retornarem, mãe e filho foram atingidos por um ônibus que subiu na calçada do terminal onde aguardavam transporte. Eles ficaram presos sob o veículo; o menino faleceu no local e Silvana foi socorrida com ferimentos graves. Outra mulher amiga da família sofreu ferimentos leves e já recebeu alta.

O acidente gerou grande comoção na cidade e repercutiu na imprensa local.

Clineu avalia que o ônibus se moveu com as portas abertas, sinalizando um possível problema no sistema de freios. Ele espera que a polícia conclua rapidamente a investigação para identificar as falhas e possibilitar melhorias no sistema de transporte público, prevenindo tragédias futuras.

Como engenheiro de segurança, Clineu defende que as portas abertas do ônibus deveriam ter impedido qualquer movimento do veículo. Ele considera surreal que um ônibus parado acelere repentinamente e chocasse contra três pedestres, mas reconhece que isso ocorreu e exige explicações públicas para esclarecer e encerrar o caso.

Ele acredita que o motorista não foi responsável pelo acidente e espera que as investigações confirmem essa hipótese. Para ele, parece evidente uma falha técnica primária, com o veículo se movimentando sem freios e portas abertas.

Em 3 de junho, o cônsul-geral do Brasil em Vancouver, Nestor Foster Jr, enviou um ofício ao prefeito Mark Sager, solicitando que a família seja mantida informada sobre os desdobramentos da investigação conduzida pelas autoridades locais, bem como sobre medidas implementadas pela cidade de West Vancouver relativas ao caso. O consulado também solicitou à chefe da Polícia de Trânsito maior agilidade nas apurações.

Apesar dessas solicitações, o processo ainda está lento, conforme relatado pelo advogado da família, Tiago Rodrigues. Dois meses após o acidente, ainda não há um posicionamento oficial sobre a investigação, e ele considera a demora injustificável, dada a natureza peculiar do ocorrido, não descartando erro mecânico.

A empresa de transportes de Vancouver, Translink, informou que aguarda o resultado das investigações policiais e expressou condolências pela tragédia, mas não comentou o caso devido ao processo em andamento.

A polícia local relatou que apoia a família por meio do Programa de Serviços às Vítimas e mantém o fornecimento de informações sobre a apuração do acidente, reiterando condolências pelo falecimento da criança.

O ônibus envolvido foi apreendido e passou por análise mecânica, com laudos em elaboração. Pesquisas preliminares indicam que a velocidade não foi fator determinante. As investigações ocorrem em colaboração com o Serviço Integrado de Análise e Reconstrução de Colisões e a Divisão de Segurança de Veículos Comerciais, buscando todos os detalhes do trágico evento.

Situação médica delicada da mãe

Quase dois meses se passaram e Silvana permanece hospitalizada, tendo passado por uma cirurgia complexa no dia 9 de julho que durou quase 10 horas.

O foco está em salvar a perna direita dela, cuja musculatura foi gravemente afetada. Ela também sofreu fraturas no pé. Clineu relata que os médicos buscam soluções para concluir a cirurgia do quadril, e que pode ser necessário um transplante de tecidos na área do osso do cóccix.

Clineu, que vive no Canadá há mais de 20 anos, conheceu a esposa em uma viagem a Fortaleza, cidade onde ela residia com a família. Após o casamento, Silvana mudou-se para Vancouver. O filho único do casal, Leonardo, nasceu em outubro de 2020.

Sem condições de trabalhar atualmente, Clineu tem contado com o apoio de amigos e doações para enfrentar esse momento difícil.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados