Economia
Brasileiro tem duas opções para ter acesso a planos de saúde complementar
Especialista do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) explica os custos relacionados à saúde suplementar
O brasileiro tem duas opções para ter acesso a planos de saúde complementar na velhice: mudar os hábitos de vida, de forma a enfrentar com mais vitalidade o futuro, e fazer desde cedo uma poupança para arcar com os altos custos das mensalidades cobradas pelas operadoras, que sobem drasticamente a partir dos 59 anos. “A maioria dos aposentados ganha na faixa de R$ 1,5 mil mensais. Com a idade, a despesa média aumenta. O plano vai ficar em torno de R$ 800. Então, ele não se sustenta”, explica José Cechin, superintendente-executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
O chamado pacto intergeracional – no qual os mais jovens contribuíam com mais para bancar os mais velhos – tem efeitos também nos cálculos dos planos particulares e não apenas no Sistema Único de Saúde (SUS), reforça Cechin.
“A participação dos jovens vem caindo, a quantidade de idosos vem aumentando e a despesa per capta em saúde sobe mais de 1 ponto percentual por ano. A conta não fecha. Temos que nos preparar ao longo da vida”, afirma o superintendente-executivo do IESS. Ele afirma que o esquema de precificação e de reajustes dos planos ocorre de acordo com que acontece na vida real. A questão não é o preço. Cechin aponta estudos de especialistas norte-americanos que mostram que “seu estado de saúde depende de você: 20% vêm da herança genética, 20%, de onde você vive, e 10% da tecnologia médica. O resto está relacionado à vida saudável”, garante.
“O que vem com o envelhecimento? Estatisticamente falando maiores gastos com saúde. Esse perfil de gastos é universal. Não apenas no Brasil. Acontece em pelo menos 14 países da União Europeia”, conta. Mesmo assim, Cechin acredita que ainda há um imenso espaço para a indústria de planos de saúde crescer. O avanço não ocorre nesse momento por causa do fraco desempenho da economia do país, dos baixos índices de emprego e pela instabilidade política. “Na incerteza, o investidor estrangeiro não vem para cá. Nesse cenário, até mesmo a reforma da Previdência pode causar decepção no curto prazo. Não vai mudar nada, se a economia não crescer. Com o mercado aquecido e ampliação do emprego, os planos são vendidos”, salienta.
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