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Brasileiros não aguentam mais pagar imposto, diz Alcolumbre
“Nem sei o que é CPMF”, disse o presidente do Senado ao ser perguntado sobre a proposta
Em meio à discussão da reforma tributária, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), criticou a criação de um imposto nos moldes da extinta CPMF. O governo discute uma proposta para trocar PIS/Cofins para um único imposto, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), e criar, depois disso, a Contribuição sobre Pagamentos (CP), um tributo nos moldes da extinta CPMF.
A ideia do governo é trocar o novo tributo por uma redução nos impostos que as empresas pagam sobre a folha de salários. “Nem sei o que é CPMF”, reagiu Alcolumbre ao ser perguntado sobre a proposta. “Estou escutando o governo falar sobre isso e, da minha parte, eu quero reafirmar minha posição: eu sou contrário, pessoalmente, à criação de mais um imposto na vida das pessoas.”
“Lógico que naturalmente eu escuto alguns setores do governo se manifestarem em relação à criação dessa nova contribuição ou desse novo imposto e a minha posição é que não é possível. Os brasileiros não aguentam mais pagar imposto”, afirmou.
Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que entre os deputados há uma grande resistência ao tema, que se configura como um “obstáculo muito grande”.
“Eu não acho, pelo que vi de reação de deputados, que superar a rejeição à CPMF seja uma coisa simples no Brasil de hoje”, disse Maia.
O Senado discute uma reforma tributária pendente de relatório do senador Roberto Rocha (PSDB-MA) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Perguntado se a Casa vai esperar a proposta do governo para avançar na proposta, Alcolumbre respondeu: “Não. Vou conversar com o senador Roberto Rocha.”
Mourão
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, negou que a crítica de Maia (DEM-RJ) à proposta de um tributo nos moldes da CPMF preocupe o governo. Mourão defendeu que “tudo tem que ser discutido” com o Congresso.
“Eu não acho”, disse Mourão ao ser indagado se a fala de Maia preocupa o governo. “Vamos olhar a coisa da seguinte forma: o governo tem uma proposta, o Senado tem outra, a Câmara tem outra. Isso tem que ser discutido, têm estados e municípios”, afirmou, citando propostas de reforma tributária em tramitação no Legislativo.
Em seguida, Mourão completou: “Vivemos em um período da democracia. Então, tudo tem que ser discutido”, reforçou. O presidente em exercício não quis comentar se a proposta deve ser aprovada ou não pelo Congresso. “Eu não sei, não posso te dizer isso aí”, reagiu, em conversa com jornalistas.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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