Economia
Brasileiros planejam gastar mais na Black Friday 2025
Uma pesquisa recente do Google, realizada em outubro com 2 mil brasileiros, revelou que 40% dos entrevistados têm a intenção de gastar mais na Black Friday de 2025 comparado ao ano anterior. Além disso, 38% pretendem adquirir uma quantidade maior de produtos, investindo em média em seis categorias, o que sinaliza uma mudança na tendência de compras mais seletivas.
Mais da metade dos participantes (59%) indicou que pode antecipar parte das compras já a partir de outubro, e 35% estão ativamente buscando promoções.
O interesse dos consumidores na Black Friday permanece estável em 60%, semelhante à pesquisa de julho, quando 48% já haviam elaborado uma lista de compras, o que consolida a data como um momento importante para os brasileiros.
Gleidys Salvanha, diretora-geral de Varejo e Tecnologia do Google Brasil, destaca que essa disposição dos consumidores faz com que o varejo se prepare de forma mais intensa, utilizando ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA) para atingir um novo patamar de eficiência e conhecimento.
Segundo Gleidys, "trabalhamos com varejistas há muitos anos, e este é um dos segmentos mais avançados digitalmente. Muitos clientes adotam intensamente ferramentas digitais e inteligência artificial, a ponto de exportarmos cases para outros mercados, pois estão ávidos por inovações e as implementam de forma eficaz."
Entre as categorias mais citadas para compras estão itens de uso pessoal: celulares (79%), perfumes (79%), roupas e acessórios (78%) e calçados (78%). A lista inclui também eletrodomésticos como airfryer (51%) e micro-ondas (43%).
O Google identifica um consumidor mais racional. Embora as compras ocorram durante todo o mês de novembro, os produtos de maior valor são adquiridos principalmente na última sexta-feira do mês, buscando descontos maiores, enquanto itens de menor valor são comprados em datas anteriores, como o “Esquenta Black Friday” ou no 11 de novembro, conhecido como o “Dia do Solteiro”.
Em 2024, houve uma grande transformação na jornada de compra, com os consumidores migrando da busca por produtos específicos para pesquisas que expressam necessidades, as chamadas “buscas longas”.
Gleidys explica que "as pessoas não digitam mais palavras-chave isoladas, mas descrevem problemas ou necessidades inteiras. Não buscam apenas um colchão, mas dizem sentir dores nas costas, o que amplia as oportunidades para os lojistas ao oferecerem soluções diversas, como colchões, travesseiros ergonômicos e acessórios para higiene do sono."
Esse novo comportamento é reflexo da mudança na interação do consumidor com as plataformas, e o volume de buscas por necessidades cresceu 15 vezes no último ano.
Essa dinâmica permite que os varejistas apresentem uma variedade maior de produtos adequados ao problema do consumidor, utilizando intensamente a inteligência artificial para atender a essa demanda complexa.
Para o fim de ano, incluindo Black Friday e Natal, empresas de e-commerce projetam crescimento acima de 10% nas vendas em relação a 2024, ampliando estruturas logísticas com novos centros de distribuição, redução de taxas para lojistas e investimentos em entregas rápidas e econômicas.
A Amazon planeja contratar 13 mil temporários, Shopee investe R$ 36 milhões em cupons para o 11.11 e Black Friday, com 10 mil vagas temporárias, e Mercado Livre aposta em parcerias e novos serviços, como pacotes de assinatura e entrada no segmento farmacêutico.
Apesar da forte competição no e-commerce, a relevância das lojas físicas voltou a crescer como espaços de experiência, com o Google observando que após a pandemia os consumidores visitam mais as lojas do que nos anos anteriores.
A preparação do consumidor para as compras torna a jornada rápida, auxiliada pela eficiência das empresas em entregar mais em menos tempo. Para o próximo ano, Gleidys destaca a expectativa pelo impacto dos agentes de inteligência artificial, que automatizam buscas e compras.
Ela enfatiza que "os agentes de IA já estão chegando, alguns clientes estão testando, e essa será uma realidade mais consolidada em 2025."

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