Centro-Oeste
Brasiliense no México luta para ter a guarda da filha após fuga da ex-mulher

Há aproximadamente dois anos sem ver a filha de 5 anos, o Guilherme Araújo Pereira, brasiliense de 37 anos, enfrenta uma longa batalha judicial no México para restabelecer o contato com a criança. Residente no país há mais de dez anos, o jornalista enfrenta um processo difícil de divórcio com sua ex-esposa, também brasileira, que deixou a casa da família em Playa del Carmen e desapareceu com a menina.
De acordo com Guilherme, as dificuldades com sua ex-companheira, Mayara de Oliveira Ribeiro, começaram após o término do casamento em 2022. A mulher não concordou com um acordo amigável e passou a dificultar o contato do pai com a filha.
Durante o processo de separação, ao buscar a menina na escola, Guilherme encontrou um aviso na porta da antiga residência informando uma restrição de aproximação contra ele. Mayara acusou Guilherme de violência doméstica e obteve uma medida protetiva, o que culminou em sua expulsão da casa após uma intervenção policial.
“Ela me trancou dentro da casa, guardou as chaves e acionou a polícia. Fui removido do meu próprio lar”, relata o pai.
A Justiça permitiu inicialmente que o pai tivesse convívio com a filha em um centro de convivência familiar por três meses, com encontros limitados e monitorados. No entanto, mesmo essa convivência restrita foi dificultada pela mãe, que frequentemente alegava a doença da filha para cancelar encontros, apoiada em atestados médicos.
Guilherme contou que, oficialmente, está há dois anos sem conviver com a menina, tendo visto a filha muito poucas vezes durante o curto período permitido.
No último dia em que deveria ter convivência livre, Mayara e a criança desapareceram, dificultando ainda mais o contato do pai. As tentativas de Guilherme de manter contato através das escolas foram frustradas pela mudança constante da criança de colégio pela mãe.
Até o momento, o pai está bloqueado nas redes sociais da ex-mulher, sem acesso a fotos ou informações sobre o paradeiro da filha, e também não mantém contato com os familiares de Mayara, que não colaboram.
Guarda e custódia
Apesar dos acordos judiciais no México, Mayara não cumpriu as determinações de permitir o convívio familiar. Após defesa contra as acusação de violência doméstica, Guilherme teve o processo arquivado e uma investigação foi aberta contra a ex-esposa por violência vicária e fraude processual.
A violência vicária, crime previsto no México, ocorre quando um genitor usa o filho para prejudicar o outro, seja emocionalmente ou legalmente.
Em maio deste ano, um juiz federal reconheceu a violação dos direitos do pai e da filha, concedendo a guarda e custódia à Guilherme. Porém, ele ainda não conseguiu exercer plenamente seus direitos, já que não sabe o paradeiro de sua ex-esposa e da criança, e a notificação judicial não foi possível devido ao endereço fornecido ser falso.
“Eu busco forças para continuar, principalmente pela minha filha. Ter um filho muda tudo, faz você lutar para manter o convívio e garantir os direitos da criança”, desabafa Guilherme.
Alerta Amber
Com o processo judicial parado, o pai tem focado seus esforços em aumentar a visibilidade do caso para pressionar as autoridades mexicanas.
Recentemente, ele fez uso do Alerta Amber, sistema internacional de divulgação de desaparecimentos infantis, e passou a distribuir uma ficha de busca para Mayara. A ação ganhou grande repercussão nas redes sociais, com mais de 300 compartilhamentos.
Alguns relatos indicaram que a ex-mulher foi vista recentemente em um aeroporto mexicano, mas ainda não há informações concretas sobre o paradeiro da filha.
A reportagem tentou contato com Mayara, que não respondeu até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para possíveis manifestações futuras.

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