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Economia

BRB contrata auditoria para investigar negociações com Master após ação da Polícia Federal

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O Banco de Brasília (BRB) optou por contratar uma auditoria externa especializada para analisar as operações envolvidas na Operação Compliance Zero, desencadeada pela Polícia Federal (PF) nesta semana. A decisão foi tomada pelo conselho de administração do banco na noite de terça-feira e comunicada ao mercado nesta quarta-feira por meio de um comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A operação Compliance Zero investiga suspeitas de crimes financeiros relacionados ao Banco Master, que teve sua liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central (BC) recentemente. Segundo as autoridades, o Master teria formado carteiras de crédito fictícias — empréstimos inexistentes ou sem garantias — e as teria vendido para outras instituições financeiras, entre elas o BRB.

Essas carteiras de crédito são ativos negociados entre bancos, mas devem passar por auditorias e verificações antes da compra. A suspeita é que o Master tenha inflacionado seus resultados com essa prática, repassando carteiras sem lastro.

No comunicado divulgado, o BRB informou que seu conselho de administração aprovou a contratação da auditoria externa para investigar os fatos apontados pela Polícia Federal. A investigação irá focar em:

  • A aquisição das carteiras de crédito do Master;
  • Os processos internos do BRB para aprovação dessas transações;
  • Possíveis falhas na governança ou nos controles internos.

O banco também ressaltou seu compromisso com a transparência, governança e comunicação com o mercado, garantindo a continuidade da atualização de acionistas e investidores sobre os acontecimentos.

“O BRB reafirma seu compromisso com as melhores práticas de governança, transparência e prestação de informações ao mercado, e que o Conselho de Administração seguirá acompanhando de forma contínua os desdobramentos dos fatos, mantendo seus acionistas e o mercado devidamente informados”, destaca o comunicado do BRB.

Contexto da investigação envolvendo o BRB

Desde o início de 2024, o BRB vinha adquirindo parte das carteiras do Master. A operação da Polícia Federal busca esclarecer se o banco público foi vítima ou se houve alguma falha na avaliação dos ativos comprados.

Em setembro, o Banco Central vetou a tentativa do BRB de adquirir o Master, alegando que o banco brasiliense não tinha condições de suportar a estrutura de capital da instituição privada. Mesmo assim, as negociações anteriores envolvendo as carteiras permanecem sob investigação.

Afastamento do presidente

Na operação realizada na terça-feira, além da prisão do dono do Master, Daniel Vorcaro, e de outros envolvidos, a Justiça Federal determinou o afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, por 60 dias, além de autorizar buscas em seu gabinete.

Essa medida foi tomada devido à participação de Paulo Henrique Costa nas decisões internas ligadas à compra dos ativos do Master. A Justiça considerou que a manutenção dele no cargo poderia prejudicar o andamento das investigações.

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