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Brechó de luxo com dívidas continua vendendo Gucci e Chanel

O brechó de luxo Desapego Legal, alvo de mais de 200 ações judiciais em tribunais por todo o Brasil, solicitou recuperação judicial na Justiça de São Paulo, alegando uma dívida que ultrapassa os R$ 19 milhões. A empresa está sob investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) por suspeitas de fraudes financeiras, embora ainda não tenha sido formalmente denunciada.
Fundado em 2012, o estabelecimento se dedica à compra e venda de bolsas, calçados e acessórios de grifes famosas como Gucci, Chanel e Prada. A empresária Francine Costa Prado, proprietária, enfrenta acusações de clientes que afirmam não terem recebido pagamento por artigos vendidos à loja, com dívidas relatadas chegando a R$ 200 mil.
O CNPJ, registrado em nome do marido de Francine desde 2018, soma 221 processos distribuídos pelo país, especialmente no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), envolvendo inadimplências, disputas contratuais, cobranças e pedidos de indenizações.
No site Reclame Aqui, o brechó acumula 267 queixas desde agosto de 2022, sendo 76 nos últimos seis meses, com apenas 32,1% das reclamações solucionadas. As principais denúncias referem-se a atrasos em estornos após desistências de compra e demora nas entregas. A empresa tem avaliação geral baixa, 3.3 de 10, recebendo o selo de “não recomendada”.
Apesar das inúmeras ações e denúncias, o Desapego Legal segue ativo nas vendas via Instagram e WhatsApp, mantendo entre suas clientes celebridades da internet e televisão.
Casos de clientes lesadas
A apresentadora Bárbara Amorim, da Rede Mais Família, relatou ter sido vítima após meses de negócios bem-sucedidos. Em dezembro, vendeu produtos da Louis Vuitton e Prada, no valor de R$ 5.200, que ainda não foram pagos, apesar do acordo inicial para quitação até janeiro.
Com a intensificação das denúncias, a apresentadora passou a conhecer outras vítimas e afirmou que há casos envolvendo cifras milionárias e artigos de luxo, incluindo bolsas da Hermés avaliadas em R$ 200 mil.
Bárbara também declarou que a proprietária, Francine, depois de prometer pagar até 30 de julho, informou não poder realizar os pagamentos devido a trâmites judiciais que impedem movimentação financeira. A apresentadora planeja buscar suporte jurídico para ação contra a empresa.
Clientes famosas e reputação
Famosas como Nicole Bahls, Gkay, Pri Lessa, Rafa Uccman e Niina Secrets já tiveram negócios com o brechó, comprando ou vendendo peças de luxo.
Pedido de recuperação judicial
Em julho, o Desapego Legal solicitou recuperação judicial para tentar renegociar suas dívidas e evitar falência, alegando crise financeira causada por alta do dólar, custos operacionais elevados e dificuldades administrativas decorrentes do crescimento do negócio. O documento indica dívida superior a R$ 19 milhões, incluindo valores trabalhistas.
Os advogados explicam que a abertura do CNPJ em 2018 coincidiu com crise econômica global, e a valorização do dólar em 2024 agravou a situação, dificultando pagamentos a clientes e fornecedores e acesso a crédito.
No entanto, a Justiça exigiu complementação de documentos para avaliação do pedido, incluindo balanços e fluxo de caixa recentes, que foram apresentados posteriormente.
Posicionamento do brechó
A reportagem tentou contato com a defesa de Francine e do brechó para comentários, mas não obteve resposta até o momento. O espaço permanece aberto para manifestação.

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