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Economia

BRICS e Brasil: Uso de moeda local é irreversível e se fortalece

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira, 7, que a utilização de moedas locais em transações internacionais, em substituição ao dólar, é uma tendência irreversível em desenvolvimento. “Em 2004, implementamos isso junto à Argentina, ao aprovar um comércio bilateral que permite operações nas moedas locais”, recordou.

O presidente concedeu entrevista ao término da Cúpula de Líderes do Brics, realizada no Museu de Arte Moderna, no centro do Rio de Janeiro.

“Creio que o mundo precisa encontrar formas para que as relações comerciais não dependam do dólar. Nas trocas com os Estados Unidos ainda é necessário, mas no comércio com Argentina, China, Índia ou mesmo Europa, pode-se utilizar as moedas locais ou o euro. Afinal, ninguém estabeleceu o dólar como padrão oficialmente. Em qual fórum foi decidido isso?”, questionou.

A transição para o uso de moedas locais será realizada com acompanhamento rigoroso dos bancos centrais dos países envolvidos, destacou Lula. “Temos a responsabilidade de conduzir esse processo com cuidado. Nossos bancos centrais devem dialogar com os seus equivalentes dos outros países. Contudo, esse movimento é inevitável e, aos poucos, se consolidará.”

O presidente ressaltou ainda que o grupo Brics está em constante transformação, buscando relações justas e colaborativas entre seus membros. O bloco não fecha suas portas para novos integrantes e seus líderes estão abertos a analisar possíveis pedidos de adesão.

“Se pudesse parafrasear Raul Seixas, diria que o Brics é uma ‘metamorfose ambulante’. Não é algo fixo. O grupo é uma entidade em desenvolvimento. Estamos aprendendo com os erros alheios e nos empenhando em construir algo novo. Estou bastante otimista com essa nova força emergente num cenário global dominado por poucos países ricos”, afirmou.

Sobre a disputa política envolvendo o aumento das alíquotas do IOF, Lula afirmou não estar diretamente envolvido nas negociações, mas que irá consultar o advogado-geral da União, Jorge Messias, após agendas agendadas com líderes internacionais em Brasília.

“Não faço parte de nenhuma mesa de conciliação. Encaminhamos uma proposta ao Congresso, que decidiu de forma que, em minha visão, não está conforme a Constituição, pois o decreto é prerrogativa do Executivo”, explicou. “Essa divergência é natural na dinâmica democrática, e os problemas serão solucionados conforme avançamos.”

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