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Busca por sobreviventes em Texas se torna cada vez mais difícil

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Enquanto equipes de resgate e voluntários continuam vasculhando locais atingidos por fortes enchentes no Texas, as chances de encontrar pessoas vivas vão diminuindo, quase uma semana após o desastre.

Até agora, as autoridades confirmaram pelo menos 120 mortes e 173 pessoas ainda desaparecidas. Comprometidas, as equipes mantêm as buscas ativas até que todos sejam encontrados.

As enchentes que começaram no final da semana passada são consideradas uma das tragédias mais graves envolvendo crianças nos EUA em muitos anos. No Condado de Kerr, 36 pessoas perderam a vida, incluindo jovens do Camp Mystic, um acampamento cristão para meninas com quase um século de existência. Até quarta-feira, os corpos de cinco alunas e de uma monitora de 19 anos não foram localizados, conforme informaram autoridades.

Durante as buscas, questionamentos surgem sobre a ausência de sirenes de alerta nas margens do Rio Guadalupe, zona conhecida como “Beco das Inundações Relâmpago”, e sobre a preparação e comunicação feita para avisar os responsáveis pelo acampamento.

O vice-governador do Texas, Dan Patrick, ressaltou que placas de aviso poderiam ter salvo vidas e garantiu que elas serão instaladas até o próximo verão do hemisfério norte. Já o governador Greg Abbott pediu que legisladores estaduais aprimorem a preparação e resposta às enchentes em uma sessão extraordinária, também avaliando melhorias nos sistemas de alerta e comunicação de emergência em locais de risco.

Ficaram desamparados

Novas informações sobre as vítimas e os eventos no dia da enchente foram reveladas. O Serviço Nacional de Meteorologia alertou às 1h14 da madrugada do dia 4 de julho sobre uma enchente repentina e perigosa próxima a Kerrville. Três horas depois, o Rio Guadalupe já havia aumentado seu nível em seis metros. Muitos líderes locais não estavam cientes da gravidade da situação.

No Camp Mystic, a inundação severa ocorreu entre 2h e 3h, conforme relatos dos pais das meninas que estavam lá. Monitoras precisaram arrombar janelas para ajudar as meninas a fugirem do local.

“Parecia um rio com correnteza”, contou Lisa Miller, cuja filha de 9 anos, Birdie, teve que subir nas costas de uma monitora para conseguir escapar.

No acampamento Mo-Ranch Assembly, próximo dali, um funcionário que estava acordado por volta da 1h viu a água subir e alertou seus superiores, o que permitiu que as pessoas fossem levadas a locais mais altos rapidamente. Nenhuma morte foi registrada lá.

Enquanto isso, muitos dirigentes do Condado de Kerr ainda estavam dormindo ou não tinham recebido alertas. A sobrevivência em áreas baixas e acampamentos dependia da atenção individual aos avisos meteorológicos durante a madrugada.

Após o primeiro alerta pouco depois da 1h da manhã, novos avisos foram emitidos com mensagens cada vez mais graves, incluindo um às 4h03 que classificava a enchente como “catastrófica”.

“Isso aconteceu à noite, com as pessoas dormindo em suas camas”, disse o prefeito de Kerrville, Joe Herring Jr..

O xerife do Condado de Kerr, Larry Leitha, informou que só foi alertado pela manhã, por volta das 4h ou 5h, quando começaram a receber chamadas de emergência. Já o administrador municipal de Kerrville, Dalton Rice, relatou que estava correndo por volta das 3h30 ou 4h e só havia uma leve chuva onde estava.

Autoridades locais explicaram que o grande problema foi a rapidez com que o rio subiu durante a madrugada.

“O Guadalupe subiu quase 9 metros em menos de duas horas, em um feriado, de madrugada. Não havia muito tempo.”, disse Rice.

Após a tragédia, foi prometida uma análise completa do ocorrido para evitar futuros incidentes semelhantes.

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