Cade investiga uso de notícias pelo Google em buscas

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu ampliar a investigação sobre a possível prática de abuso de posição dominante pelo Google nos serviços de busca online e de notícias.

Em despacho publicado pelo conselheiro Diogo Thomson, solicitado na última quinta-feira, o Cade pediu contribuições de cidadãos, entidades, acadêmicos e interessados que possam auxiliar na análise do caso.

O processo, iniciado em 2019, investiga denúncias de aproveitamento indevido de conteúdo jornalístico de terceiros nas plataformas Google Search e Google News, o que poderia prejudicar o tráfego orgânico dos veículos de imprensa e ameaçar a sustentabilidade desse setor.

Nesta fase, o Cade busca compreender melhor os efeitos das mudanças nos algoritmos e das ferramentas de inteligência artificial sobre o fluxo de notícias. O órgão também quer receber opiniões sobre a remuneração dos conteúdos jornalísticos e o impacto da combinação entre busca e publicidade digital.

As contribuições são voluntárias e informativas, sem gerar obrigações processuais para quem participar, e podem incluir documentos, estudos, análises e pareceres técnicos.

O prazo para envio das manifestações termina em 28 de setembro, por meio do protocolo eletrônico disponível no Sistema Eletrônico de Informações do Cade, para que sejam oficialmente adicionadas ao processo.

Conforme comunicado do Cade, essa etapa visa aprofundar o entendimento dos possíveis efeitos concorrenciais das práticas do Google, oferecendo subsídios para a decisão final do Tribunal sobre o inquérito.