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Cães ajudam soldados feridos em hospital colombiano

Polo e Rafa, dois labradores pretos e brincalhões, trabalham como cães terapeutas em um hospital militar na Colômbia. Com apenas um ano e meio, esses cães desempenham um papel crucial na recuperação de soldados feridos em combate, especialmente em meio ao aumento do conflito armado no país.
O soldado Jeferson Mosquera, de 21 anos, que sofreu um ataque com drones no último fim de semana, mal consegue se mover na maca. No entanto, a visita dos cães traz um sorriso ao seu rosto e o distrai temporariamente da dor.
Mosquera foi atingido por disparos de drones da guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) na região de Norte de Santander, próxima à Venezuela, onde três colegas perderam a vida e oito ficaram feridos.
Com um colete que diz “apoio emocional”, Rafa se levanta e apoia suas patas na maca, abanando o rabo para que Mosquera possa alimentá-lo.
“É incrível ver este cão nos oferecendo apoio emocional aqui”, comenta o soldado ao falar no Hospital Militar de Bogotá.
Desde o acordo de paz de 2016 com as Farc, o número de pacientes internados diminuiu, mas o conflito se intensificou devido ao surgimento de novos grupos ilegais que dominam determinadas áreas.
Luis Alberto Salinas, coordenador do grupo de psicologia e neuropsicologia do hospital, destaca que as visitas dos cães ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade, efeitos comuns da guerra, e comprovadamente regulam a frequência cardíaca e a respiração dos feridos.
“Como esses pacientes ficam hospitalizados por um longo período, podemos melhorar seu estado emocional com a presença desses animais”, explica o soldado Jhon Alexander Beltrán, de 32 anos, responsável pelo treinamento dos cães.
A Colômbia enfrenta o episódio mais violento desde o desarmamento das Farc, apesar das tentativas do governo do presidente Gustavo Petro de negociar a paz com os grupos armados.
Esse confronto, envolvendo guerrilheiros, paramilitares e narcotraficantes, resultou em mais de 10 milhões de vítimas ao longo de seis décadas.

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