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Cães do canil da GCM de Jundiaí se preparam para a aposentadoria

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Assim como todo bom trabalhador, Athom tinha uma rotina pesada, com ocorrências que envolviam drogas e armas, visitas a escolas, asilos e entidades sociais. Para ter disposição, seguia a risca uma alimentação balanceada e sempre praticava exercícios físicos. Mas, depois de oito anos de dedicação ao ofício, de apoiar os trabalhos da Guarda Civil Municipal de Jundiaí, o cão está quase aposentado.

Por um decreto municipal de 2007, os animais do canil da GCM de Jundiaí podem se aposentar a partir dos oitos anos e, compulsoriamente, aos dez anos de idade. E, para seguir a determinação, são programadas ninhadas para substituição dos animais em atividade. Em setembro deste ano, nasceram cinco filhotes de Belgas Malinóis, filhos de Athom com uma cadela de Santa Catarina, de seis anos.

Yan, de 10 anos,a caba de se aposentar (Foto: Divulgação)Yan, de dez anos, acaba de se aposentar (Foto:
Divulgação/GCM)

Segundo o inspetor da guarda, Alceu Marestoni, três deles já demostraram aptidão para o trabalho. “Fiquei surpreso ao ver o treinamento, porque já estão muito bem.” Ele explica que a preparação dos cães é feita pelos próprios guardas, que participam de cursos para aperfeiçoar a tarefa, e dividem o tempo entre o canil e as ocorrências do dia a dia.

As atividades são desenvolvidas com os filhotes a partir de três meses e servem para aguçar visão e olfato. “Primeiro começam com brinquedos normais mesmo. Assim que começam a mostrar agilidade, os brinquedos são escondidos para que encontrem a partir do odor”, explica Marestoni. Para isso, são utilizadas essências importadas dos Estados Unidos, que têm o mesmo cheiro de drogas.

O adestramento dos cães dura cerca de 15 meses, tanto de machos como de fêmeas. O inspetor conta que as atividades são as mesmas para ambos os sexos e só há restrições quando as cadelas estão no cio, período em que não são enviadas para atividades na rua e nem convivem com os machos.

Durante todos os anos de trabalho, os cães acompanham guardas designados para a atividade e a parceria é tão grande que, quando o oficial está em folga ou férias, os animais também descansam. Atualmente, o canil da GCM conta com 20 cães, todos crias da matriz feita especialmente para a guarnição, a partir de cães do Exército, da base de Osaco.

Conforme o médico veterinário Clóvis Arnaldo Sproesser, responsável pelos cães do canil da GCM, os exemplares em atividade se alimentam duas vezes ao dia, geralmente no mesmo horário. “Só quando tem alguma atividade programada que adequamos o horário.” Os animais só se alimentam de ração, escolhida de acordo com idade e raça. Entre os cães que atualmente vivem no canil, há exemplares de Belgas Malinóis, Labradores e Rottweiler.

Filhotes nasceram em setembro e já estão sendo treinados no canil (Foto: Divulgação/GCM Jundiaí)
Filhotes nasceram em setembro e já estão sendo treinados no canil (Foto: Divulgação/GCM Jundiaí)

Adoção
Ainda quando filhotes, os cães que não demonstrarem aptidão para acompanhar os guardas são colocados para adoção aos funcionários do canil e, posteriormente, ao efetivo da guarda. Já os animais que se aposentam podem ser adotados por seus parceiros, os chamados condutores, guardas responsáveis por eles durante os anos de trabalho. Caso contrário, permanecem no canil.

Destaques
Ao longo dos anos de carreira, os cães da GCM colecionam partipações importantes, inclusive no auxílio na busca por pessoas desaparecidas, como foi o caso do Yan. Aos dez anos de idade, ele acabou de se aposentar, mas, em setembro deste ano, ajudou nas buscas a uma jovem que morreu durante um passeio escolar, em Itapeva.

“Recebemos o chamado no início da noite e levamos o Yan para lá, onde ficamos até as 23h, quando as buscas foram suspensas. Na manhã seguinte, quando estávamos indo ao local, ligaram informando que o Comando de Operações Especiais (COE) havia encontrado o corpo na direção indicada pelo Yan”, conta o inspetor da GCM.

Black é o único a identificar odor de papel moeda (Foto: Divulgação/GCM Jundiaí)
Black é o único a identificar odor de papel moeda
(Foto: Divulgação/GCM Jundiaí)

Já o Black, um Labrador de seis anos, consegue identificar o odor de papel moeda. Esta habilidade, de acordo Marestoni, é exclusiva. “É o único que consegue, até hoje não ouvi e nem vi algum cão que faz isso.” Com a aposentadoria do Yan, que tem experiência em busca na mata, Black já começou a ser treinado, na Serra do Japi, para este tipo de ocorrência.

Somente em 2015, os cães auxiliaram os guardas em ocorrências que já somam quase 11 mil quilos de drogas, 50 veículos recuperados, entre casos de roubos e furtos, além de apreensões de produtos químicos, aparelhos eletroeletrônicos e embalagens para acondicionamento de entorpecentes.

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