Economia
Caixa agiliza empréstimo e governo nega aporte extra para Correios em 2025
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva não fará aporte financeiro nos Correios neste ano. Enquanto isso, a empresa estatal confia na evolução das negociações com bancos. A Caixa Econômica Federal, acionada pelo governo, busca acelerar um empréstimo para a companhia ainda em 2025.
Fontes informaram que, na tarde desta terça-feira, a direção dos Correios foi comunicada que não seria possível concluir todas as etapas burocráticas para liberar recursos do Tesouro este ano. Esta informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo GLOBO.
O empréstimo estimado ficará entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, valor inferior aos R$ 20 bilhões inicialmente solicitados, segundo integrantes da Caixa. Além disso, a estatal tem recebido sinais positivos em contato com outras instituições financeiras.
Um dos principais obstáculos para a liberação dos fundos é a incerteza sobre a capacidade dos Correios de implementar seu plano de reestruturação, focado na redução de custos com pessoal e retorno à lucratividade, conforme um integrante do Executivo envolvido nas negociações.
Por essa razão, conceder apenas parte dos recursos solicitados é visto como forma de assegurar o prosseguimento do plano que prevê a redução de 15 mil funcionários entre 2026 e 2027 por meio de um programa de demissão voluntária, o fechamento de mil unidades e parcerias com o setor privado para ampliar serviços e receitas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que as negociações com os bancos avançam e que existem dois caminhos para apoiar os Correios.
— Temos duas alternativas. A primeira é o aporte, que pode ser necessário caso não se chegue a um acordo com o grupo de bancos que financiarão a reestruturação da empresa. Há margem para isso neste ano, mas não está previsto no momento, pois as negociações têm progredido — destacou o ministro.
Na última rodada, o grupo de bancos (Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra) propôs juros correspondentes a 136% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), taxa de referência para empréstimos entre bancos. A Oferta foi rejeitada pelo Tesouro por exceder o limite usual de 120% do CDI para operações com aval da União.
Diante do impasse, a Caixa foi convocada para integrar o grupo de bancos e atuar na redução do custo do empréstimo conforme as exigências do Tesouro Nacional. A direção dos Correios está apressada devido a compromissos financeiros próximos, como pagamento da segunda parcela do 13º salário e da folha de dezembro até o dia 30, além de débitos com fornecedores, bancos e questões judiciais.


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