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Câmara de SP restringe reunião de líderes apenas para vereadores

As lideranças das bancadas da Câmara Municipal de São Paulo decidiram limitar a participação nas reuniões do colégio de líderes apenas aos vereadores. Essas reuniões, realizadas às terças-feiras para definir a pauta semanal de debates no plenário, não serão mais transmitidas pelos canais oficiais da Casa.
A decisão foi tomada no colégio no dia 12 de agosto, logo após o recesso parlamentar. Antes, essas reuniões eram ao vivo pela TV Câmara e abertas ao público, incluindo jornalistas.
Segundo nota da Presidência da Câmara, “por decisão conjunta dos líderes das bancadas, os vereadores passarão a se reunir semanalmente na Sala da Presidência exclusivamente entre eles. A intenção é criar um ambiente reservado para alinhar pautas de votação e outros assuntos relevantes”. A nota acrescenta que todas as resoluções continuarão públicas e transparentes.
De acordo com alguns vereadores ouvidos pelo Metrópoles, havia desconforto com a dinâmica do colégio. No começo do ano, após Ricardo Teixeira (União) assumir a presidência no lugar do ex-vereador Milton Leite (União), a reunião foi transferida para um auditório maior, com a ideia de ampliar a participação na sala.
Relatos indicam que Teixeira desejava tratar de temas mais delicados nesses encontros.
Além dos vereadores, jornalistas e assessores geralmente participavam do colégio. Oficialmente, apenas os líderes têm direito a fala na reunião, que dura cerca de uma hora e antecede a sessão plenária. Contudo, com a flexibilização, qualquer vereador passou a poder solicitar a palavra.
Segundo parlamentares, essa mudança desviou o foco da reunião, que passou a ser palco de debates secundários e discursos ideológicos, sem foco na pauta principal. Muitas vezes, as lideranças foram obrigadas a discutir acordos fora do colégio de líderes.
A restrição do acesso acontece no contexto em que a Câmara precisou acatar uma decisão judicial para instaurar duas CPIs, que haviam sido aprovadas, mas não foram oficializadas por falta de indicação dos membros da base governista. Essas comissões investigarão supostas irregularidades em Habitações de Interesse Social e também as enchentes registradas no Jardim Pantanal neste ano.
Reuniões semelhantes em outras instituições legislativas, como a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e a Câmara dos Deputados, também ocorrem a portas fechadas.

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