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Câmara deve chamar GDF para ‘destravar’ projeto que corta salário de Rollemberg
Presidente da Câmara do DF diz que assunto deve ser pautado ainda neste 1º semestre. Medida foi anunciada em setembro de 2015 e segue sem desfecho.
O presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), disse ao G1 nesta quarta-feira (1º) que pretende chamar o governo ainda neste primeiro semestre para “destravar” o projeto que reduz, em 20%, o salário do governador Rodrigo Rollemberg e do primeiro escalão do Executivo. Veja como ficariam os salários ao fim desta reportagem (confira).
A medida foi anunciada em outubro de 2015 pelo GDF como forma de cortar despesas “na própria carne” e tramita em regime de urgência, mas segue parada à espera de discussão. Em nota, a Casa Civil disse reafirmar “a importância da aprovação do projeto pela CLDF diante do cenário econômico e financeiro em que se encontra não só o DF como todo o país”.
“É uma lei enviada pelo Executivo e pautaremos com o próprio Executivo. Vou pedir para que o governo apresente a pauta legislativa ainda neste primeiro semestre”, afirmou Joe.
Apesar disso, ele questionou a real diferença que a medida poderia trazer. “Se você for ver a efetividade disso para resolver o problema [do gasto em excesso], é praticamente nulo. É mais uma medida simbólica. Agora, ninguém vai querer ser secretário, administrando um orçamento de R$ 8 bilhões, ganhando só R$ 10 mil”, continuou o presidente.
Desde junho de 2016, o texto está liberado para ser apreciado no Plenário. Ele começou a tramitar em setembro de 2015 e já passou pela Comissão de Constituição e Justiça, que avalia se o projeto tem algum vício ou fere outra lei.
Em 2012, o decreto legislativo 1923/2012 fixou os salários de governadores, vices, secretários e administradores regionais. Desde então, não houve mudanças nos vencimentos, exceto pela proposta agora.
Segundo o Portal da Transparência, Rodrigo Rollemberg recebe R$ 23.449 mensais, o mesmo valor descrito no texto de 2012. Descontando o Imposto de Renda, o governador tem salário líquido por mês de R$ 18,89 mil. Deputados distritais ganham R$ 25,2 mil, fora impostos.
Só primeiro escalão
O projeto de decreto legislativo 56/2015 define que os salários do primeiro escalão serão reduzidos em 20% sempre que o GDF estourar o limite máximo de gastos com folha de pagamento. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece esse teto em 49% da receita corrente líquida.
Com o texto, o salário bruto do governador passa de R$ 23.449,55 para R$ 18.759,64; o do vice-governador, de R$ 20.743,83 para R$ 16.595,06; o dos secretários, de R$ 18.038,12 para R$ 14.430,49, e o dos administradores regionais, de R$ 14.430,49 para R$ 11.544,39.
O decreto não cita outras categorias do funcionalismo público. O Palácio do Buriti afirma que não existem carreiras com salários vinculados ao do governador e, por isso, o decreto não tem efeito cascata.
Na última segunda (30), o governo divulgou que ultrapassou novamente os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ou seja, o GDF voltou a fechar 2016 gastando mais com salários do que o permitido: 46,82% do que arrecada só para pagar servidores.
Isso significa que o GDF ainda está acima do “limite prudencial”, que é de 46,55%. O DF está acima desse número desde janeiro de 2015. Os 0,27% acima do limite representam R$ 5,36 milhões que o governo gastou a mais do que deveria.
Veja como ficariam salários com a lei
Governador: de R$ 23.449,55 para R$ 18.759,64
Vice-governador: de R$ 20.743,83 para R$ 16.595,06
Secretários: de R$ 18.038,12 para R$ 14.430,50
Administrador regional: de R$ 14.430,49 para R$ 11.544,39
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