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Câmara dos Estados Unidos aprova ajuda bilionária à Ucrânia
União Europeia e Aliança Atlântica comemoram iniciativa. Megapacote de US$ 95 bilhões inclui verbas para Israel e Taiwan
Após três meses de negociações e de reiterados apelos do presidente Volodymyr Zelensky, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, ontem, uma ajuda militar de US$ 60,8 bilhões (em torno de R$ 316 bilhões) à Ucrânia, que enfrenta um momento crítico no conflito com a Rússia. O auxílio consta de um megaprojeto avaliado em US$ 95 bilhões (R$ 493 bilhões), dos quais US$ 13 bilhões (R$ 67,5 bilhões) serão destinados a Israel e US$ 8 bilhões (R$ 41,6 bilhões) a Taiwan. O Senado deve ratificar a proposta na próxima terça-feira.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou a união de deputados democratas e republicanos para responder ao chamado da História”. “Esse pacote vai proporcionar um apoio crucial a Israel e à Ucrânia; fornecerá a ajuda humanitária desesperadamente necessária a Gaza, Sudão, Haiti e outros lugares, e reforçará a segurança e estabilidade no Indo-Pacífico”, ressaltou.
Líderes da Otan e de várias instituições da União Europeia, além de Zelensky, também celebraram a ajuda a Kiev. Por sua vez, a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, publicou no aplicativo Telegram que o pacote triplo de ajuda “vai exacerbar as crises mundiais”.
Discordância
Washington tem sido o principal apoiador militar da Ucrânia, mas o Congresso está há quase um ano e meio sem aprovar um financiamento em larga escala para a ex-república soviética, invadida por Moscou de 2022. O Partido Democrata, de Biden, era a favor de conceder mais ajuda, porém os republicanos mostraram-se hesitantes em financiar a guerra e condicionaram o pacote a uma política migratória mais estrita.
Em pleno ano eleitoral, o assunto se tornou um duelo à distância entre Biden, candidato à reeleição, e o ex-presidente americano Donald Trump, que está determinado a vencer o pleito de novembro e retornar à Casa Branca em 2025.
O plano de ajuda para Zelensky — principalmente militar e econômica — também autoriza Biden a confiscar e vender ativos russos, para que possam ser usados no financiamento da reconstrução da Ucrânia, uma ideia que ganha adeptos em outros países do G7. O Kremlin havia afirmado que a ajuda aprovada pelos Estados Unidos “não mudará nada” no front, mas Kiev insistiu em que precisa dessa verba.
O primeiro capítulo aprovado do projeto foi o destinado a Taiwan, com o objetivo de conter as potenciais ameaças da China àquele território asiático. A verba será destinada para investimento em submarinos e em outros meios de defesa.
Os US$ 13 bilhões em ajuda militar para Israel, um aliado histórico dos Estados Unidos, em guerra com o grupo islamita palestino Hamas, será usada, principalmente, para reforçar o escudo antimísseis. Segundo um resumo da proposta, há US$ 9 bilhões (R$ 46,7 bilhões) para “atender à necessidade urgente de ajuda humanitária em Gaza e outras populações vulneráveis em todo o mundo”.
TikTok
A Câmara também aprovou um condicionamento e uma eventual proibição do TikTok nos Estados Unidos. O projeto determina que a plataforma deve cortar seus vínculos com a empresa controladora chinesa ByteDance se quiser continuar operando nos Estados Unidos.
O TikTok apontou que a proibição “violaria a liberdade de expressão” de 170 milhões de usuários americanos. Washington acusa a plataforma de vídeo de permitir que Pequim use e manipule os dados dos internautas. Biden se comprometeu a assinar a lei assim que ela for definitivamente aprovada.
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